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terça-feira, 26 de outubro de 2010

INDO

Desde sempre eu possuo o hábito de imaginar como se sente a pessoa que encontra-se em fase de transição para a velhice, se é que essa fase existe. Creio que existe, mas é praticamente imperceptível. Quando se vê, se está do lado de lá. Nada melhor do que o humor sutil de Luís Fernando Veríssimo nessa crônica pra ilustrar esse fato.

"Curiosa palavra. Idoso. O que acumulou idade. Ou que a esbanja (como gostoso ou dengoso)

O primeiro sinal foi quando uma senhora se levantou para me dar seu lugar, num ônibus. Ué, pensei. (Não sei se foi “Ué”. Pode ter sido “Uai”, mas estranhei). O que provocara aquele gesto? O que levara a mulher a me oferecer seu lugar? Era a primeira vez que me acontecia aquilo. Alguma coisa ela vira em mim que a convencera que eu não deveria ficar de pé. O que seria? Recusei a oferta.“Não, não. Eu estou bem. Obrigado.” Mas fiquei intrigado. De pé e intrigado.

A partir daí, passei a notar que as pessoas me tratavam de um modo diferente. Não era raro alguém estender a mão para me ajudar a descer de um carro, por exemplo. Por que aquela súbita mudança de comportamento das pessoas em relação a mim, já que eu continuava sendo o mesmo de sempre? Em mim nada mudara. Bem, algumas coisas sim, mas detalhes, nada que justificasse o estranho procedimento dos outros. E o que quer que fosse que o provocara, o novo tratamento não era de repulsa. Pelo contrário, era de uma amabilidade inédita. Por quê?

Cheguei a desenvolver algumas teorias. As pessoas teriam ouvido algum boato a meu respeito. Uma herança recebida, um tesouro descoberto, um bilhete premiado, algo que tornaria eventualmente vantajoso me tratarem bem. Mas isso não explicava a senhora do ônibus, uma desconhecida, sem qualquer expectativa de um dia ser recompensada pela sua gentileza. Ou os repetidos gestos de deferência de outros desconhecidos – até de bilheteiros, nos cinemas, me perguntando, por alguma razão, se eu queria um ingresso com desconto. O fato é que todos agiam como se soubessem alguma coisa a meu respeito que eu mesmo desconhecia.

Talvez... Seria isso? Talvez, como naquelas fotos em que alguém ergue dois dedos atrás da sua cabeça e você fica com chifres sem saber, todos vissem sobre a minha cabeça algo que eu não via, um halo, um sinal, mostrando que eu era um iluminado ou um condenado. De uma hora para outra eu me transformara misteriosamente num distinguido pelo alto ou pelo destino, objeto de reverência ou comiseração. Ou, claro, de um grande mal-entendido. Era isso. Só podia ser isso. Eu não me tornara nem mais rico nem mais simpático. Me tornara especial aos olhos dos outros, e o que eu tomava como gentileza era apenas espanto. Ou pena.

Finalmente, na semana passada, tudo se esclareceu. Cheguei ao Rio, e o táxi que me levava do aeroporto para o hotel pifou na saída do Túnel Rebouças e parou na ensolarada Lagoa. O motorista pediu ajuda a outro táxi pelo rádio e enfatizou a urgência da situação: “Estou aqui com um idoso embaixo do sol...”. Olhei em volta. Idoso? Onde estava o idoso? E então tive a revelação. O idoso era eu! Agora tudo fazia sentido. O estranho procedimento dos outros estava explicado. Eu tinha me transformado num idoso e recebia o tratamento adequado. Virar idoso é o que acontece quando se vive um certo tempo, eu apenas não tinha me dado conta. Só faltava alguém dizer a palavra, sem a menor possibilidade de estar se referindo a outra pessoa.

Curiosa palavra. Idoso. O que acumulou idade. Também tem o sentido de quem se apega à idade. Ou que a esbanja (como gostoso ou dengoso). Se é que não significa alguém que está indo, alguém em processo de ida. Em contraste com os que ficam, os ficosos...

Preciso começar a agir como um idoso. Dizem que, entre eles, idosos não falam em quem chega à velhice como alguém que está à beira do túmulo. Dizem que está na zona do rebaixamento. Vou ter que aprender o jargão da categoria."

Rafa

sábado, 26 de junho de 2010

E O GUARDA-CHUVA?

Já contei essa história várias vezes. Ela trata de fé, coisa rara, raríssima. É tão difícil encontrar uma pessoa de fé numa igreja quanto um dinossauro soltando fogo pelas narinas ali na esquina, tão difícil quanto. As pessoas dizem que têm fé, têm coisa nenhuma, se tivessem não viveriam como vivem.

A tal história que já contei várias vezes surgiu-me de novo, mas de um modo diferente. Vou contá-la desse modo.

Conta essa história que um padre estava a receber centenas de fiéis numa missa onde os tais fiéis pediam chuva. Fazia uma seca danada, não havia mais plantações, terra rachada, água escassa, uma tragédia. E todos na comunidade, não vendo outra solução, optaram por pedir chuva em oração. E lá estavam todos na igreja, rezando, pedindo que chovesse.

A certa altura da missa, o padre interrompeu o sermão e questionou a todos:

— Vocês não vieram pedir por chuva em oração? Pois muito bem, e onde estão, então, os guarda-chuvas?

Ninguém tinha levado guarda-chuva.

O sentido dessa história é fazer ver as pessoas que quem tem fé já sai de casa com o guarda-chuva debaixo do braço, sabe que vai chover, afinal, orou por isso…

Que nada, as pessoas não têm uma nesga de fé que seja. Tanto é verdade que aí estão as promessas, as oferendas, as “chantagens” com os santos, com Deus. Ou você já não ouviu alguém prometer uma vela à santinha se for atendido numa graça pedida? Por que não acende a vela antes, não a vela do pedido, mas a vela do agradecimento. Quem agradece antes de receber tem fé. Depois, não tem… As pessoas não creem nem nos santos aos quais oram…

O que me incomoda é essa fé verbal das pessoas, dizem-se de fé, vão à igreja, fazem o sinal da cruz, cruzinha diante dos lábios, bobagens, uma infinidade de bobagens.

Quem crê em Deus, e tem que ser em Deus, vive na paz, vive no bem, pensa no bem, age no bem, é pessoa confiável. Apresente-me, leitora, por favor, uma pessoa dessas que vou sugerir à produção do Faustão para uma entrevista.

O ser humano, no fundo, no fundo, sabe que vive no vazio, que tudo foi “inventado” por ele mesmo, mas esquece que dentro de cada um de nós todos há um formidável poder, o poder da fé em si mesmo. O mais é figuração de ficcionistas…

Coluna extraída do blog de Luiz Carlos Prates, 24/06/10.

Rafa

sábado, 13 de fevereiro de 2010

ETIMOLOGIA E MITOLOGIA

Mesmo quem desconhece a mitologia clássica praticamente não passará um dia de sua vida sem fazer várias referências a ela. Nosso idioma está repleto de palavras vindas do Grego e do Latim que evocam aquela notável tapeçaria de mitos e lendas que era a religião dos gregos e romanos; seus deuses, heróis e criaturas fantásticas atravessaram três mil anos e continuam presentes no léxico da maioria das língua ocidentais, muitas vezes escondidos em palavras com que convivemos inocentemente.

Quem que não enxerga essas relações simplesmente não sabe o que está perdendo, pois é sempre fascinante descobrir as histórias escondidas por trás de palavras aparentemente comuns. Por acaso nossa língua não fica mais interessante quando sabemos que o mês de janeiro tem esse nome porque era consagrado a Janus, um deus que tinha duas faces e que podia, portanto, olhar ao mesmo tempo o ano que terminava e o que estava começando? Ou que um museu é um prédio dedicado às Musas, divindades que presidiam as artes e o conhecimento? Ou que o cachorro do camundongo Mickey, o Pluto, tem o nome de um deus romano, em homenagem ao qual também foi batizado o controvertido planeta Plutão?

Néctar e ambrosia – Os deuses do Olimpo não consumiam os mesmos alimentos que os humanos, mas satisfaziam-se com duas substâncias imortais, inexistentes no mundo aqui de baixo: comiam a perfumada ambrosia e bebiam o néctar, uma bebida especial e revigorante. Ninguém sabe como era e que gosto tinha a lendária ambrosia – isto é, ninguém exceto a espertíssima Emília, personagem de Monteiro Lobato, que deu um jeito de roubar uma provinha numa das viagens que a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo fez à Grécia antiga; hoje a ambrosia desceu do Olimpo e tornou-se o nome trivial de um dos doces caseiros mais conhecidos da culinária luso-brasileira. Quanto ao néctar, cujo sabor original sempre será um mistério para nós, passou a ser usado para designar o suco concentrado das frutas ou o líquido que as abelhas colhem das flores para o fabrico do mel. De vez em quando ainda é empregado por pessoas sem imaginação como uma forma de elogiar um vinho ou um licor, no surrado lugar-comum “É um néctar dos deuses!” – felizmente esquecido no sótão das expressões abandonadas, na mesma prateleira empoeirada em que jazem “É de arromba!” ou “É da pontinha!”.

Atlas – Atlas era um dos titãs que lutou contra Zeus pelo controle do Olimpo. Derrotado, Zeus o condenou a ficar sustentando o céu sobre os ombros, mantendo-o assim separado da terra. Como os mitos gregos se relacionam uns com os outros, acabou acontecendo que Perseu expôs o pobre Atlas ao olhar petrificante da Medusa, transformando-o na cadeia de montanhas do mesmo nome, no norte da África. Quando o famoso cartógrafo Mercator, no século 16, colocou na capa de sua coleção de cartas geográficas a figura de Atlas com o globo terrestre nas costas, este nome associou-se para sempre a qualquer volume que contenha uma coleção de mapas.

Hipnotismo – Na Grécia, Hipnos era o deus do sono (chamado de Somnus, em Roma), que era o pai de Morfeu, o deus dos sonhos. Seu nome foi usado para designar aquele estado de sonolência que está associado à hipnose e, não por acaso, os medicamentos que induzem o sono são também denominados de hipnóticos. O nome de seu filho, por sua vez, está presente no radical de morfina.

Pânico – Este vocábulo vem de Pan, aquele deus híbrido com pequenos chifres na cabeça e com corpo de bode da cintura para baixo, que vivia nos bosques e nos campos correndo alegremente atrás das ninfas. Os gregos atribuíam a ele a forte sensação de medo que acometia os que passavam por lugares desertos, em que o menor ruído poderia indicar que o deus estava ali à espreita. Hoje o termo indica aquele medo incontrolável e irracional que às vezes nos ataca e nos invade com uma vontade irresistível de fugir. Esse sentimento difuso tinha uma variante feminina, a ninfolepsia, uma espécie de excitação frenética que se apossava de todo aquele que, em algum lugar isolado, numa hora morta, via-se rodeado pelas ninfas, mocinhas danadas e sensuais.

Sirene – O nome é uma variação de sereia, monstruosa ave com cabeça de mulher que Homero descreve na Odisseia. As sereias viviam numa pequena ilha no meio do mar e usavam seu canto para atrair os navegantes, para devorá-los. Só bem mais tarde a mitologia celta imortalizou a figura popular da sereia boazinha, metade mulher, metade peixe, bem diferente das terríveis criaturas que Ulisses enfrentou. Em Inglês, o mesmo termo siren é usado para a entidade mitológica e para o som agudo e estridente das ambulâncias e viaturas policiais.

Cláudio Moreno, na Zero Hora de hoje

Rafa

domingo, 29 de novembro de 2009

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Os Esganados

A única reforma tributária possível no Brasil é aquela que aumenta impostos. Já temos IPVA, IPTU, ISS, ICMS, IR e, agora, querem ressuscitar uma nova versão da CPMF, desta vez com o nome de CSS, ou “Contribuição Social para a Saúde”...
Quantos impostos você pagará ao longo desta sexta-feira, leitor?
Impossível responder, tantos são os impostos indiretos que incidem sobre tudo – das nossas pastas de dente e papel higiênico às nossas hortaliças, dos remédios contra a pressão alta até as alfaces ali da feirinha...
A sanha fiscal do governo só é menor que o anunciado recrudescimento da inflação, já de tocaia para 2010. A fera arreganha os dentes e mostra o seu rabo em forma de lança. Ou seja: mais um “imposto” para esmagar o pobre contribuinte.
Um iluminado tributarista do Planalto chegou a sugerir ao chefe da Receita a tributação dos cheques pré-datados. Quer colocar um IOF em cima deles.
Já imaginaram? Na vida e na economia informal, duas coisas são certas: a morte e o cheque pré-datado... Pois o governo quer taxar até mesmo as promessas de pagamento.
Aliás, o que é mesmo que o governo não quer taxar?
O sólido e o líquido, o gasoso e o gozoso, tudo já foi ou está para ser tributado. Falta lançar taxas e emolumentos sobre o ar que se respira, apesar de reconhecidamente poluído.
Coitadinho do “pré-datado”. Cartão de crédito dos sem-dinheiro, daqueles coitadinhos que só podem comprar um liquidificador em 30 prestações – com juros de agiota – o “pré” é um cheque com cadastro a “ser aprovado”. É o tal “bom para o dia tal”... Cobrar imposto sobre essa promessa é um pecado digno do Marquês de Sade.
Valha-nos Santa Edwiges, a redentora dos endividados! Valha-nos São Expedito, o avalista dos sem-fundos!
Perdoai as nossas dívidas! Não é o que reza o Pai Nosso?
E que o Pai nos proteja contra a promessa de inflação para 2010. Parece incrível: se aumenta a procura por bens e serviços, com o reaquecimento da economia, a antiga Besta volta a assombrar os brasileiros.
Será impossível crescer, vender, movimentar o comércio, gerar empregos sem gerar inflação?
A culpa é dos eternos “esganados”. Não podem ver alguém interessado num produto. Logo pensam em aumentar o preço.
É a tal cultura da usura. Que, no Brasil, tem direito até a torcida organizada.

Sérgio da Costa Ramos, no Diário Catarinense de 27/11/09

Rafa

terça-feira, 20 de outubro de 2009

COLUNISTAS QUE RECOMENDAMOS

Enem e Nêmese

Os gregos antigos não podiam sequer imaginar um mundo em que os limites não estivessem bem definidos. Para eles, a desmedida e o excesso levavam o indivíduo ou um povo inteiro à ruína e à destruição, e não é por acaso que a literatura e a mitologia grega estejam repletas de personagens que foram implacavelmente punidos por seus delírios de grandeza. Esta preocupação com o autocontrole aparece, por exemplo, no mito de Dédalo, que fabricou um par de asas para que Ícaro, seu filho, pudesse voar. Como pai, e como grego, aconselhou-o a manter-se a meia altura, numa distância prudente tanto do Sol quanto do mar; o jovem, no entanto, embriagado pela nova sensação, tentou subir o mais alto possível: o calor derreteu a cera, as asas se desmancharam no ar e Ícaro encontrou seu fim lá embaixo, na profundeza do oceano.

Para viver feliz, o homem tinha de reconhecer que havia uma ordem natural nas coisas que se sobrepunha ao orgulho dos indivíduos; aqueles que transgrediam esta ordem com sua soberba e arrogância acabavam atraindo sobre si a vingança de Nêmese, a inflexível divindade encarregada de recolocar tudo em seus justos limites. Isso explica a forma que os gregos escolheram para comemorar a vitória sobre os persas em 490 a.C.: convencidos de que nada deteria o seu avanço, os exércitos invasores tinham trazido, com grande dificuldade, um imenso bloco do inconfundível mármore de Paros, com o qual pretendiam erguer um monumento no dia em que a Grécia caísse diante do Império Persa. Na batalha de Maratona, no entanto, foram fragorosamente derrotados pelos atenienses, que aproveitaram o mesmo bloco para que Fídias, o mais famoso escultor de Atenas, fizesse uma grande estátua desta deusa exatamente no lugar em que a louca confiança dos persas tinha finalmente encontrado o seu limite.

Infelizmente o que sobrava na Grécia anda fazendo muita falta aqui na Pindorama. Alguns obscuros funcionários do MEC, burocratas pedagogos (ou vice-versa, o que não melhora em nada a mistura) perderam qualquer senso de medida e convenceram o inexperiente ministro Haddad a embarcar na aventura do Enem. Embriagados pela presunção, sentindo-se pairar muito acima dos simples mortais, não tiveram a prudência mínima de ouvir, com o respeito merecido, a opinião das universidades sérias que o Brasil já tem – bem afinados, aliás, com o espírito geral deste governo, que acredita, em seu delírio, que nossa História começou com ele. O fracasso da primeira prova deveria ter sido suficiente para que entendessem o quanto este plano é absurdo, mas nada disso aconteceu. Um grego antigo diria que esta insistência é loucura. Os soldados do grande Império Persa fugiram com o rabo entre as pernas; nosso ministro, no entanto, ainda não entendeu o aviso de Nêmese.

Por Cláudio Moreno, na Zero Hora de hoje.

Rafa

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

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Desenhe um círculo

Pegue um lápis, leitora. Sim, o leitor, também. Um lápis. Claro, pode ser uma caneta, um pedaço de carvão, um pedaço de giz, o que for. Agora faça um círculo sobre uma folha de papel, ou onde quiser. Fez?

Quanto mais perfeito tiver sido esse círculo que você fez, menos feliz você será... Explico. Nós todos somos círculos, não nos damos conta disso. Vivemos dando voltas sobre nós mesmos, numa mesmice enfadonha, numa mesmice de círculo. Não há nada mais enfadonho na vida que andar em círculos, aliás, não é de hoje que se sabe disso e que se diz isso. O círculo, todavia, é a zona de confortos, são os automatismos, vamos nos repetindo sempre e sempre e sem nos darmos conta de que vem desses círculos a nossa angústia vital e os nossos desesperos na vida... Se desespero for uma palavra muito forte, usemos outra: cansaço. Cansaço fica melhor, ainda que a vida não melhore.

Somos círculos no trabalho, por exemplo. Vamos fazendo a mesma coisa do mesmo jeito, sempre e sempre por igual, e queremos ser elogiados, promovidos, aumentados no salário...

Em casa, para nós e para elas, o círculo da mesmice, em tudo, e mais que tudo na cama... Engraçado, e vivemos pensando que somos criativos. O diacho é que não estamos errados, somos, sim, formidavelmente criativos. Não nascemos para ser círculos, mas para ser retas, retas no rumo do infinito.

Ninguém sabe dos seus limites, nossa criatividade não se mede. No entanto, somos pífios, vivemos em círculos acanhados, com medo, medo de tudo, medo, mais do que tudo, de ser uma linha reta no rumo do infinito.

A maldita zona de conforto, gerada pelo medo, muito mais do que pelo comodismo, nos faz medíocres. E na mediocridade, nada melhor do que andar em círculos, fosse ainda uma espiral, sim, valeria a pena, círculos fechados é que são a encrenca...

O sujeito levanta da cadeira e se propõe, por exemplo, a arriscar na loteria, afinal, quem não arrisca não petisca, não é como dizem lá no galpão? Pois então. O sujeito, como disse, levanta da cadeira e decide fazer uma fezinha na loteria. Ao dar dois passos, pensa: “Muito difícil ganhar, melhor é ficar com estes pilas no bolso que jogá-los fora numa aposta sem graça nem chances...” E o sujeito aborta a linha reta do sucesso, fica no círculo do medo, da acanhada conveniência. Em tudo somos assim, ao menos na grande maioria.

Quem ousar ser diferente no amor, no trabalho, nas apostas da vida, ah, esse sairá do círculo dos comodismos e entrará na reta das grande chegadas. E chegará vencedor.

Luiz Carlos Prates, no Diário Catarinense de hoje.

Rafa

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

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Adúlteros e sonegadores

Conheço um cara que trai a mulher. Sério. Um adúltero! Anda por aí, entre nós.

Conheço outro que freqüenta lupanares. Sabe lupanar? Casa de tolerância, conventilho, randevu, alcouce. Prostíbulo, enfim. Ele vai a esses lugares. Quem olha para o gaiato, não diz. Homem sério, conversa com toda a gente, usa gravata.

Tem mais um que sei que ele sonega imposto de renda. Apresenta notas falsas para o fisco, inventa dependentes e, que coisa, não declara seus verdadeiros rendimentos.

Não cessa aí a lista de quase meliantes das minhas relações. Tenho dois conhecidos que se embriagam em festas. E um deles... já fumou maconha.

Você não vai acreditar, mas esses homens não se movimentam pela cidade atrás de máscaras pretas, nem dentro de macacões listrados. São iguais a você, que não é quase meliante. Você, é claro, nunca traiu uma mulher, nunca foi a um bordel, nunca enganou o imposto de renda e nunca bebeu uma dose que fizesse tremer o ponteiro do bafômetro. Você, não.

Como se explica, então, o comportamento desses meus lastimáveis conhecidos? Por que a carne deles é fraca e eles não conseguem ser como você?

Alegam que a sociedade, volta e meia, é exigente demais. Talvez tenham razão. Pois o que trai a mulher, não é que ele cultive teúdas e manteúdas, não é que despreze a mulher dele, não é que seja inimigo do matrimônio; ele apenas não é monógamo. Considera monogamia um quase celibato, o que faz dele um quase meliante.

Já o que é adepto de sexo a soldo, não se pode dizer que seja um maníaco sexual. Mas, para ele, às vezes o sexo é tão-somente divertimento. Só às vezes, lógico.

O sonegador, esse garante que, mesmo com as omissões, são os impostos que lhe arrancam a maior parte do salário.

E, finalmente, os bebedores: gostam de beber, mas não dirigem embriagados, nem batem na mulher. No máximo, repetem para os amigos que os consideram pra caramba.

Será que o problema não é certa hipocrisia da sociedade? Quando, por exemplo, Silvio Berlusconi é vilipendiado em todo o planeta por ter se relacionado com prostitutas, não seria o caso de se perguntar o que é que tem? Afinal, nem mulher ele tem mais. O que ele faz de errado? A Itália será prejudicada? Ele está pagando as mulheres com o dinheiro do Estado?

Não que o Berlusconi seja uma bandeirante de inocência, mas, neste caso, será que não há hipocrisia?

Essa gana moralista a assaltar a Itália, justamente a Itália, um tanto dessa gana já assola o Brasil. Natural: alguns abusam tanto da tolerância que o país se torna intolerante. Seria a mais nefasta consequência das ações inconsequentes dos brasileiros: o Brasil perder o seu traço mais humano, perder a qualidade que o distingue dos demais povos. Perder seu caráter tolerante. O brasileiro, de um povo leve, se tornaria um povo duro. E, o pior de tudo, triste.

***

Não vamos mais tolerar aqueles que estão nos tornando intolerantes. Vamos começar por atingi-los. Não vote para senador!

David Coimbra, edição de hoje da Zero Hora.

Rafa

sábado, 4 de julho de 2009

COLUNISTAS QUE RECOMENDAMOS

Se eu fosse você

Se eu fosse você, não ficava aí esperando não sei o quê. Se eu fosse você, encheria um lençol com a roupinha básica, amarrava num cabo de vassoura e sairia feliz de casa. Iria para a rua, que é onde as coisas acontecem, onde a vida pulsa para além dessa caverna platônica que é tua casa. Principalmente na hora do jornal das oito, e nem se fala durante a novela das nove. A vida ali nem de ilusão é feita.

Se eu fosse você, não iria mais à escola. Pelo menos não a essa escola esquizofrênica, que me mandava ficar quieto quando mais pergunta eu tinha. Como assim, quieto? Meu corpo, de seis anos de idade, não é feito para isso. Meu corpo quer pular, gritar, rir de todas as escatologias possíveis. Meu corpo não está pronto para ser atrofiado. Meu corpo não quer se transformar num adulto chato, histérico e castrador, incapaz de se contentar com a coisa mais fundamental e gratuita que tem na vida, a luz do sol.

Se eu fosse você, acenderia um charuto na tua última nota de um real, só pra dizer que se libertou de vez dessa cultura que forma debiloides cotidianamente, que transforma pessoas em seres alienados de si mesmos, que dirá dos outros, porque não se contentam em apenas ser. Elas acham que só são quando têm. O verbo que se conjuga com o ser é o estar, não o ter, como você pensou até agora. Se liga, cai na irreal, olha quanta gente com lumbago, enxaqueca, com depressão. Olha quanta gente no Serasa, no CPC, com cartão estourado no banco só porque quer ter o que não pode.

Se eu fosse você, desligaria todas as luzes, o computador, a geladeira e institucionalizaria o apagão, pelo menos uma vez por semana, para poder enxergar as estrelas, tiraria toda a roupa, andaria nu entre os prédios, abraçaria seu vizinho para poder sentir, mesmo que numa tentativa que mal chegaria aos pés da vida pré-histórica, o que há de mais atávico nessa vida.

Se eu fosse você, olharia agora por cima deste jornal e daria uma enorme gargalhada, porque é o que nos resta, e os imbecis já tomaram todos os poderes, e não há mais lugar pra pessoas como você, com tão fina ironia, com tamanha inteligência pra ficar aí querendo ser o que não é, e com tanta vontade de mudar esse estranho mundo em que vives. Se eu fosse você, começaria a crer que talvez ainda haja tempo, e que nem tudo está perdido.

Coluna de hoje de Fábio Brüggemann no Diário Catarinense.

Rafaela

domingo, 26 de abril de 2009

AH, PRATES!

À revolução!

Depois elas se queixam. Não se respeitam, raspam o nome da mãe do nome de batismo ao casar, adotam o nome do marido e o mantém mesmo depois de terminado o casamento. Aceitam humilhações e depois empinam o nariz, é isso? É, é a regra, regra geral, comportadas escassas exceções. Escassas, eu disse.

As mulheres estão, hoje, na senzala, muito mais do que jamais estiveram no passado. Muitas, conheço casos constrangedores, apanham dos bermudões, dos vagabundos covardes e ficam com eles por comodismo. Isso não é mulher, nem vou dizer o que penso que sejam.

E antes que alguma mulher "pobre" me venha dizer que precisa do marido, do apoio financeiro dele, do "lar" que seja como for, é o lar da família, e blablablá sem fundamento, digo que não. Nenhuma mulher jamais precisou de homem para viver, para ser bem-sucedida, para ser o que quiser. Tem cabimento, por exemplo, uma nulidade vir dizer de público:

— Não tem mulher que não goste de uns tapinhas...

Quem disse essa estupidez, acredito que falando por ela, foi aquela pobre diabo do BBB, a tal de Priscila. Que mulher gosta de levar "tapinhas"? Só as miseráveis existenciais, as que vivendo sentimentos de culpa precisam que alguém as surre para, inconscientemente, verem-se livres das "culpas..."

Sentimentos de culpa de que são pródigas as religiões ao tratar das mulheres. Aliás, não há nada mais nocivo à mulher que as religiões, nada. As religiões tratam as mulheres como tapetes da condição humana, subservientes, pedaços de costela, segunda voz dentro de casa, causa do pecado e todas as demais estupidezes históricas que os indigestos livros religiosos contam.

Ah, estou azedo? Pegue qualquer livro histórico ou religioso e veja como foram e são tratadas as mulheres, ontem e hoje. E do jeito que a coisa vai, também amanhã... As mulheres, as conscientes, as poucas, precisam iniciar a luta pela grande revolução, a revolução da dignidade da mulher, uma revolução que começa dentro de casa, com meninos e meninas sendo tratados e educados por igual.

Por igual, eu disse, sem tirar nem pôr. Um horror uma leviana vir dizer que mulher gosta de levar tapas, um horror. O bermudão estúpido, grosso, frustrado, ouve isso e se justifica. E isso sem falar que a Lei Maria da Penha resultou das humilhações por que passaram muitas mulheres ao correr para delegacias e pedir socorro pelas violências domésticas. Policiais imbecis perguntavam a elas:

— O que tu fizeste para que teu marido te surrasse?

À revolução, leitora.

Por Luiz Carlos Prates, Diário Catarinense, 25 de abril de 2009

Rafa

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A HIPOCRISIA. A IMBECILIDADE E A IMATURIDADE.

Texto muito importante e coerente extraído do blog Visão Panorâmica.

Quando se vive na miséria e na ignorância, cabe muito pouco discernimento e capacidade de percepção ao ser humano. Nós já adoramos a lua, o sol, os raios, os vulcões, estátuas das mais diversas formas e tudo o que você puder imaginar. Mas você poderá alegar que isso era fruto da ignorância da humanidade. E você está absolutamente certo.

O homem começou a enterrar seus mortos (lá pela época do Homem de Cro-Magnon) em terras que ele não podia aproveitar como os pântanos, por exemplo. E, durante a putrefação dos corpos, os gases produzidos se inflamavam ao entrar em contato com a atmosfera e eram vistos pelos nossos ancestrais “subindo aos céus”. Nascia a “alma” humana.

Daí para frente, o homem buscou explicar os mistérios que observava a sua volta através da vontade de um “ser supremo” (ou de seres supremos). Com isso, o misticismo forneceu as armas apropriadas para que um certo grupo de homens se estabelecesse com grande status social e fosse dispensado das pequenas, perigosas e estafantes tarefas diárias que eram partilhadas pela comunidade tribal. Surgiam os sacerdotes.

Como seres dotados de responsabilidades junto aos deuses, esses homens, ditavam as mais variadas regras e exigiam tributos de todos os integrantes do grupo, como forma de apaziguar e conquistar favores dos “deuses”. Quando alguma voz se levantava contra os pesados tributos ou alguma catástrofe natural explodia sobre a tribo, os sacerdotes rapidamente evocavam o terror entre os seus fiéis de que os “deuses” estariam furiosos e haveria sérias punições para todos, caso os “deuses” não fossem satisfeitos. Assim, eram oferecidos sacrifícios de toda espécie e exigidas oferendas ainda maiores de toda a tribo.

No Egito Antigo, isso ficou bem claro na história bíblica de José. Enquanto a fome grassava no país e o povo morria de inanição, os sacerdotes “curtiam” fartas reservas nos templos e exigiam ainda mais “oferendas”. Até que José confiscou seus suprimentos e os adicionou aos armazéns do Faraó. Algo muito semelhante é narrado pela história em relação ao Antigo Império Romano.

Ao longo de toda existência da humanidade, a religião e “à vontade de deus” foram usadas para justificar fenômenos naturais, crimes, incompetências e (principalmente) para “esfolar” os fiéis das mais variadas riquezas e posses. A Igreja Católica elevou esse poder ao “estado da arte” durante a Idade Média; quando até o perdão dos pecados devia ser comprado.

A ignorância e a imaturidade espiritual de nosso povo sempre foi um prato cheio para espertalhões e aproveitadores que sempre estendem suas garras pela multidão. Sempre em busca dos desesperados, dos desenganados, dos que se sentem à margem da vida e mesmo pessoas teoricamente mais bem aparelhadas mentalmente podem ser seduzidas, num momento de desespero e de problemas “insolúveis”, pelo “canto da sereia” que é inteligentemente entoado assim que eles percebem as fraquezas e os pontos sem defesa, na armadura de um determinado indivíduo.

Essa falta de maturidade espiritual e a vida imersa em um mar de superstições idiotas e arcaicas aliadas também a ausência da simples capacidade de interpretar textos e analisar exemplos; faz de nosso povo uma fonte de dinheiro fácil e um foco multiplicador para esses falsos profetas.

A “Igreja” Renascer nada mais é do que uma constante fonte de ocorrências policiais (aqui e no exterior); frequentemente estando exposta nas páginas dos jornais como protagonista de escândalos financeiros ou de episódios de explícito desrespeito ao ser humano. Seus “donos” estão presos nos E.U.A. por fraude fiscal. Aqui respondem a diversos processos por lavagem de dinheiro, sonegação e outras “coisinhas mais”. O respeito que têm com os seus fiéis pode ser medido pela importância que deram a manutenção de seu templo (que desabou recentemente); contratando empresas ilegais e sem a devida qualificação para realizar as obras (mais em conta) que acabaram por ceifar inúmeras vidas.

Ao invés de oferecem o seu apoio e assistência, ameaçam as vítimas e as autoridades que buscam justiça para os mortos na tragédia com a seguinte declaração da “bispa” Sonia: “- É bom não mexer conosco, ou nos levantaremos para perseguir nossos inimigos assim como nos perseguem”.

Essa frase é dita no momento em que “obreiros” percorrem as filas de cadeiras portando máquinas sem fio para leitura de cartões de crédito e débito, recolhendo freneticamente dinheiro entre os “fiéis”. Esses são os líderes espirituais que você segue?

O mais engraçado de tudo isso é que o principal interessado;  o “representado” pelos “bispos” da Renascer: Jesus Cristo - foi o primeiro a dizer: ”Basta que duas pessoas se reúnam em meu nome e lá estarei”. Obviamente, com isso, ele mandou a mensagem poderosa de que não são necessários templos pintados com céus e nuvens; imóveis luxuosos e que ostentem riquezas e, muito menos, grandes ou pequenas contribuições a qualquer espertalhão aproveitador para falar em nome Dele.

Cristo foi um dos primeiros humanos a ir diretamente contra os sacerdotes, os templos e a máquina de arrecadação de riquezas que gira em torno deles.

E foi exatamente por isso que Ele morreu.

Pense nisso.


Rafa

domingo, 9 de novembro de 2008

CONTOS EMPOLGADOS DE UMA PRÉ-BIÓLOGA

E. coli
no msn, Rafaela diz:

nossa, tenho que te contar isso, é muito interessante.
tudo que a gente estuda na genética molecular, a gente estuda tanto em procarioto (geralmente a bactéria E. coli, q é a mais estudada) e em eucarioto ( seres humanos, no caso).
e as diferenças no DNA e em todos os processos realizados por ele que garantem a nossa sobrevivência são ínfimas entre as bactérias e nós.
são as mesmas bases nitrogenadas, os mesmos procedimentos em praticamente tudo, mudando só algumas coisas.
uma dessas coisas é q o nosso genoma (a dupla hélice de DNA) é linear e o das bactérias é circular.
até agora estou falando do genoma nuclear, o DNA que está dentro do núcleo.
mas existe também o DNA mitocondrial.
nossas mitocôndrias possuem o seu próprio genoma, e produzem toda a maquinaria necessária para a sua sobrevivência, dependendo muito pouco do DNA do núcleo.
é quase uma coisa à parte dentro de nossas células.
e adivinha como é o genoma da mitocôndria???
circular e praticamente igual ao das bactérias!
adivinha de onde surgiram as mitocôndrias???
surgiram de endossimbiose a cerca de 1 bilhão de anos atrás com células eucariontes, ou seja, as bactérias entraram nas células dos organismos ancestrais à nós e se desenvolveram em mitocôndrias ao longo dos anos.

não é o máximo do máximo?????

o ministério da saúde adverte, estudar genética compulsivamente por dias a fio, pode causar esse tipo de reação.

thunder

AHHH, PRATES!

Você tem tudo

Vou lendo, sublinhando, recortando, guardando... Lá pelas tantas, a exemplo de um quebra-cabeças, começo a procurar por frases, conceitos, aforismos semelhantes que possam ser agrupados numa mesma "família"... Divirto-me. Mas muitas vezes fico a pensar, a coçar o queixo. Como agora, por exemplo.

De um fundo de caixa de sapatos tirei esta frase: "Lembra-te de que as coisas mais belas do mundo são também as mais inúteis: os pavões e os lírios, por exemplo". A seguir no raciocínio do autor da frase - J. Ruskin - temos que dizer que todos os poetas que até hoje exaltaram o pôr-do-sol ou os encantos do luar perderam tempo, afinal, o que pode haver de mais inútil do que ficar boquiaberto por essas "inutilidades"? Claro que o Ruskin tem razão, o melhor da vida é mesmo "inútil".

A outra frase tirei-a da minha agenda deste ano, diz assim: "Se você olhar atentamente verá que existe apenas uma coisa e somente uma coisa que causa infelicidade. O nome desta coisa é apego. O que é apego? Um estado emocional de aderência causado pela crença de que sem alguma coisa particular ou alguma pessoa você não consegue ser feliz". Não recordo do autor. Mas a frase é preciosa. Claro que todas as nossas frustrações vêm do não podermos possuir com segurança um bem, seja ele material ou pessoal, isto é, a "posse" de outra pessoa. Um dos grandes enganos na vida é imaginar que podemos ser donos de alguma coisa ou de alguma pessoa; nada, de nada somos donos, vivemos uma relação, temos uma proximidade mas o abismo da finitude sempre nos bafeja a lembrança do efêmero. Vem daí a pregação budista da felicidade pelo desapego e pelo vivermos o aqui e agora.

Nunca seremos capazes de ser felizes lá e então... ou aqui e agora ou nunca. Não existe o lá e o então. Existe o aqui e o agora. Desejar pouco e viver prazerosamente dos bens que o dinheiro não pode comprar é sábio. O mais é ilusão e sofrimento. E se a idéia for bem pensada, significa: todos podemos ser felizes aqui e agora, os bens da felicidade estão na palma da mão, isto é, na nossa dependência. Será preciso lembrar desses bens? Já falei deles aqui, saúde, juventude que resulta de um modo de pensar, família, amigos, liberdade, o sol, a lua, o mar, os encantamentos dos lírios e dos pavões, como disse Ruskin... Quem não pode? Só não podem os míopes da matéria. Se você pode agora olhar para o céu simbólico da sua vida e dizer "estou vivo e tudo pode aquele que crê"... então o mais não lhe será necessário. Você tem tudo. Ao domingo!

Rafa