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sábado, 29 de maio de 2010

COLUNISTAS QUE RECOMENDAMOS

O fato se passa em Florianópolis, mas a veracidade das ideias do autor pode ser transportada para todos os municípios brasileiros.

Quem não pula quer tarifa

A primeira impressão que tive ao acompanhar as manifestações que estudantes estão fazendo desde que os preços das passagens aumentaram na Ilha foi lembrar-me das tantas passeatas que participei quando era estudante. A segunda foi pensar no motivo pelo qual apenas estudantes estavam na passeata. A terceira foi perceber que tem muito, mas muito mesmo, policial na Ilha. Ao contrário da sensação de segurança que seria normal ter diante de tantos homens e mulheres armados, tive foi é muito medo. Ôpa, alguma coisa aqui está errada, porque se eu pago bastante imposto para ter segurança, e quando me deparo com a sua represetnação fico com medo, é sinal de que a ordem das coisas está mudando.

Só mesmo um incauto não entenderia que o aparato policial, ideologicamente, não foi criado para dar segurança aos que o sustentam, mas, pelo contrário, para dar segurança ao próprio Estado, principalmente contra aqueles que o contestam. Se a polícia existisse mesmo para nos dar segurança ela daria, estaria nas ruas, teria postos policiais em cada esquina de cada bairro (e não é mais desculpa dizer que não tem contingente, porque eu vi), mas não tem. Ela aparece apenas quando o Estado sente-se ameaçado, quando o Estado não tem mais inteligência para argumentar, e quando ele nos rouba, seja em tarifaços, seja ajudando empresas amigas, seja superfaturando obras, seja, enfim, nos sacaneando nas multas de trânsito ou nos altos salários dos políticos e cargos comissionados.

Mais de 4 mil pessoas gritavam “quem não pula quer tarifa”, pedindo para que a população (afinal, só estudante pega ônibus?) descesse dos prédios e engrossasse a passeata. Mas adultos são medrosos, preferem ser vilipendiados pelo Estado a dar a cara numa passeata, prefere ficar em casa assistindo novela a não reclamar da falta de policiais quando mais precisa, porque quando seu carro é roubado, quando sua casa é roubada, quando matam seu parente, ainda colocam a culpa no ladrão. Mas os ladrões de verdade estão protegidos pela lei que eles mesmos criaram e ainda têm a polícia para protegê-los de nós.

Fábio Brüggemann, no DC de hoje.

Rafa

sexta-feira, 28 de maio de 2010

WHATAHELL ! ! ! !

HADOUUUUUKENNN!!!



dica do J.K. pelo êmeésseêne

thunder

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PORNO-BOTÂNICA

dica do Fontora

thunder

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ADIÓS, DIO & GRAY!

Carta aberta escrita por Lars Ulrich, baterista do Metallica, à Ronnie James Dio:

Caro Ronnie,

Acabei de sair do palco em Zagreb. Acabei de saber da notícia que você faleceu. Eu estou em estado de choque, mas eu queria que você soubesse que você foi uma das principais razões de eu estar nesse negócio, para começar.

Quando eu o vi pela primeira vez com o Elf, abrindo para o Deep Purple 1975, eu estava completamente encantado pelo poder de sua voz, sua presença no palco, sua confiança, e a facilidade com que você parecia se conectar com 6.000 pessoas dinamarquêsas e um sonhador de 11 anos de idade, a maioria dos quais não estavam familiarizados com a música do Elf. No ano seguinte eu fiquei tão empolgado quando ouvi as notícias de que uniria forças com o meu guitarrista favorito. Vocês soaram tão bem juntos e eu instantaneamente me tornei o fã nº 1 do Rainbow na Dinamarca.

No outono de 1976, quando você fez seu primeiro show em Copenhagen, eu estava literalmente na fila da frente e as duas vezes que fizemos contato com os olhos você me fez sentir como a pessoa mais importante do mundo. A notícia de que vocês ficariam hospedados na cidade no seu dia de folga embutiu em mim de alguma forma, no meu cérebro, e eu fiz a peregrinação ao Hotel Plaza para ver se eu poderia de algum modo pegar uma foto, um autógrafo, um momento, qualquer coisa. Poucas horas depois você saiu e foi muito gentil e atencioso... fotos, autógrafos e alguns minutos de brincadeira casual. Eu estava no topo do mundo, inspirado e pronto para qualquer coisa. O Rainbow veio a Copenhagen mais algumas vezes ao longo dos próximos anos e cada vez que vocês estiveram aqui, a banda fundiu minha mente, e por uns bons três anos, foram a minha banda favorita absoluta no planeta.

Ao longo dos anos tive a sorte suficiente de me encontrar com você uma meia dúzia de vezes ou menos e cada vez você estava tão amável, atencioso e gentil como você estava em 1976, fora do hotel.

Quando finalmente tivemos a chance de tocar juntos na Áustria em 2007, eu estava literalmente voltando a ser aquele moleque seboso que você conheceu e inspirou 31 anos atrás e foi uma baita honra e um sonho partilhar um palco com você e com o resto das lendas do HEAVEN & HELL.

Um par de semanas atrás, quando eu soube que você não ia ser capaz de se apresentar conosco no Sonisphere, em junho deste ano, eu quis te ligar e deixá-lo saber que eu estava pensando em você e desejando-lhe o bem, mas eu meio que me acovardei, pensando que a última coisa que você precisava em sua recuperação era se sentir obrigado a atender um telefonema de um baterista dinamarquês/fanboy. Eu hoje gostaria de ter feito essa ligação.

Vamos sentir sua falta imensamente nestas datas, e estaremos pensando em você com grande admiração e carinho durante esse prazo. Parece-me bom tê-lo em turnê com o chamado 'Big Four' pois, obviamente, você foi uma das principais razões de as quatro bandas terem existido.

Suas orelhas se queimarão durante essas duas semanas, porque todos nós vamos estar falando, relembrando e contando histórias sobre como ter te conhecido fez a nossa vida muito melhor.

Ronnie, sua voz me impactou e deu poderes, a sua música inspirou e influenciou-me, e sua bondade me tocou e me comoveu. Obrigado.

Muito amor.

E nesse clima de tristes despedidas, quem endossou a lista das grandes perdas do mundo do rock essa semana foi o baixista da Slipknot Paul Dedrick Gray.

R.I.P!!!

Rafa

terça-feira, 25 de maio de 2010

CORES

Tirei essa foto despretensiosamente hoje, do celular, na tentativa frustada de mostrar a beleza das fortes, marcantes e verdadeiramente outonais cores deste álamo (Liquidambar). Como disse, tentativa frustada, pois a cor laranja/avermelhada das folhas é muito mais viva do que parece nessa foto, mas o que vale é a intenção de captar o momento peculiar.
Viva a expressão e a beleza da natureza frente às estações.

Rafa

segunda-feira, 24 de maio de 2010

À parte

"O bar em frente ao grande depósito de lixo. A televisão de dez polegadas com sinal fraco. O campo de futebol recentemente reformado. O balanço amarrado no topo da árvore no meio da rua. Esses são alguns exemplos das distrações e do lazer que os moradores da Vila das Torres e Vila Prado consomem todos os dias."

Assim é a abertura da matéria que fiz no sábado passado, na Vila Torres (antigamente conhecida como Vila Pinto) e Prado. Ela faz parte de uma série de reportagens para o jornal laboratório da faculdade apenas sobre as vilas, que são separadas por um rio, próximas a Avenida das Torres.

Tradicionalmente, os bolsões de miséria das cidades entram nas coberturas jornalísticas apenas para contagem de mortos e registro de crimes. Dificilmente você pode encontrar uma visão mais simples, do cotidiano, como a diversão, tema da minha matéria. Esse ressentimento com os jornalistas pode ser sentido no contato da população da vila, que no geral não se abre muito para falar. Fora as figuras centrais, que lutam por direitos, como os presidentes das associações e os religiosos, poucos se dispõe a fazer grandes comentários.

Temas como tráfico e tratamentos desumanos são deixados de lado. Afinal, não são raras as represálias. Apenas cultivando uma amizade com os moradores é possível descobrir os fatos que todos sabem, mas poucos comentam. Um dos mais comuns são os carrinheiros que moram nos "puxadinhos". Trabalhando para grandes depósitos coletores de lixo, eles vivem uma escravidão moderna, já que habitam os depósitos, vivendo em condições precárias, em troca da coleta de lixo.

Andando pela vila, é fácil identificar todos os problemas. A falta de saneamento, de asfalto, de condições básicas de sobrevivência. Os catadores de lixo explorados, os tiros para o alto dos traficantes, as brigas de gangues e o abuso da autoridade policial, está tudo lá, fácil de ser visto. Se olhos de cidadãos comuns podem ver isso, me pergunto, assim como um dos moradores comentou, porque eles são esquecidos?

Bernardo Staut

domingo, 23 de maio de 2010

COLUNISTAS QUE RECOMENDAMOS

SAÚDE MENTAL

Acabo de saber da existência de um filósofo grego chamado Alcméon, que viveu no século 6 antes de Cristo, e que certa vez disse que saúde é o equilíbrio de forças contraditórias.

O psicanalista Paulo Sergio Guedes, nosso contemporâneo, reforça a mesma teoria em seu novo livro (A Paixão, Caminhos & Descaminhos, em que ele discute os fundamentos da psicanálise). Escreve Guedes: “A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência”.

Não sei se entendi direito, mas me pareceu coerente. O sujeito de boa cuca não é aquele que pensa de forma militarizada. Não é o que nunca se contradiz. Não é o cara regido apenas pela lógica e que se agarra firmemente em suas verdades imutáveis. Esse, claro, é o doente.

Do nascimento à morte há uma longa estrada a ser percorrida. Para atravessá-la, recebemos uma certa munição no reduto familiar, mas nem sempre é a munição que precisávamos: em vez de nos darem conhecimento, nos deram regras rígidas. Em vez de nos ofertarem arte, nos deram apenas futebol e novela. Em vez de nos estimularem a reverenciar a paixão e o encantamento, nos adestraram para ter medo. E lá vamos nós, vestidos com essa camisa de força emocional, encarar os dias em total estado de insegurança, desprotegidos para uma guerra que começa já dentro da própria cabeça.

Armados até os dentes contra qualquer instabilidade, como gozar a vida?

A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na constância, e sim no reconhecimento de que ambas inexistem: nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois é, nenhum.

Dá medo, no início. Mas o segredo está em acostumar-se com a ideia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.

Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que, sabedora da sua impotência contra as adversidades, não as camufla, e sim as enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegida apenas pela consciência que tem de si mesma e do que a cerca – o universo todo, incerto e mágico.

Acho que é isso. Espero que seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta, sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se movimentar.

Já o sadio baila sobre o precipício.

Martha Medeiros, na Zero Hora de hoje.

Rafa