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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

CARTA PARA 2010

Seja bem-vindo, Ano-Novo. Que você seja tão bonito quanto o número que traz, redondo. Eu disse redondo, não gordo, tá? Tente ser um ano magro. Não estou sugerindo que nos prive de ter apetite, e sim que seja magro no sentido de leve, diáfano, onírico. Que seja um ano para se passar de pés descalços, espírito aberto, consciência limpa e sorriso licencioso. Não pese.

Inevitável que algumas más notícias virão. Tsunamis acontecem, tragédias sísmicas, epidemias, e algum maluco há de provocar um crime chocante. Nem ouso pedir que você evite essas calamidades, mas que elas sejam raras, raríssimas, e que não atinjam nosso epicentro emocional. Mantenha os horrores afastados. Por perto, apenas os amigos de boa conversa, os filmes que entrarão para a nossa lista dos 10 mais, os dias de praia sem uma única nuvem no céu e encontros amorosos, gloriosos e numerosos – de preferência com a mesma pessoa, aquela que nos fará acreditar em cartomantes: as cartomantes sempre dizem que o amor está para chegar.

Caso já tenha chegado, que não se vá.

Sendo um ano de eleição, nos inspire a votar com discernimento, sem nos deixar levar por promessas requentadas e sensacionalistas: que a gente saiba perceber quem são os homens e as mulheres que podem fazer diferença.

Na categoria das coisas não tão sérias, mas igualmente bem-vindas: 2010, entre para a história como o ano em que pichadores e depredadores do patrimônio público se darão conta do quanto são tolos, em que os prazos de validade dos produtos serão impressos num tamanho maior, em que os vinhos terão seus preços reduzidos nos restaurantes e em que a gente aprenderá a responder “não” quando alguém perguntar “posso ser sincero?”. Ensine a gente a dizer “não”, 2010. Para sobrar mais tempo pro sim.

E ensine também as pessoas a serem mais gentis no trânsito e fora dele, a não tomarem tanto medicamento por conta própria, a respeitarem seu corpo e sua mente, a não insistirem na infantilização de seus atos e a não se sentirem insultadas pela felicidade dos outros. Se essa última solicitação for utópica demais, então que todo mundo aprenda a viver bem, a seu modo, que assim ninguém contaminará a humanidade com seu mau humor.

2010, seja um ano poético, vibrante, desencanado, musical, livre de vaidades, menos tecnológico, mais humano, solidário, natural, energético, romântico. Um ano hippie, ao melhor estilo paz e amor. Andamos saudosos.

Mas não tão bicho-grilo que nos faça esquecer que a prática de exercícios físicos é de primeira necessidade, que viajar é a melhor terapia que existe e que flores frescas em casa são um luxo que todos deveriam se permitir. Então, 2010, em todos os sentidos (econômicos, sociais e afetivos): não seja sovina. Crise não é mais desculpa.

Martha Medeiros, no Zero Hora de hoje

em nome do 1denós2, um ANO NOVO o mais perfeito possível para todos!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nosso verão anárquico

Resultados interessantes sairiam de uma pesquisa sobre produtividade em datas festivas. Talvez os patrões dessem férias coletivas maiores. Pensei em fazer do meu último post uma coisa leve, afinal, ninguém é obrigado a usar muito o cérebro no fim de ano; corrigindo-me: ninguém quer usar, não que não seja obrigado. Mas como também estou de férias, já começo a divagar. Tenho um assunto mais sério a ser tratado aqui.

Porque na praia os direitos individuais são triplicados? Qualquer um que já foi a algum lugar com um pedaço de areia, um bloco de água e - os sempre presentes - seres humanos, sabe do que estou falando. Não lembro de nenhum artigo da constituição garantido que seu carro pode explodir meus tímpanos com funk. Que é permitido mexer com qualquer pedestre. Que a areia é um canil. Que o trânsito passa a não ter regras, a partir da saída da BR...

Mas chegando em Curitiba são todos, ou quase todos, comportados. É como se as praias fossem um experiência de vida anarquista. A atitude nas praias deveria ser mais livre sim, mas, como diz a sabedoria popular, até atingir o limite do outro.

Prefiro não me alongar muito. Todos compreendem bem o que eu falei. Mas, também gosto de pensar porque não fazemos de uma cidade que não tem praias, um pouco mais marítima. Talvez um pouco mais de paciência e sossego, nesse verão que está vindo na cidade gelada. Afinal, se em Guaratuba eu posso andar sem camisa, porque aqui também não?

E o mais importante: que todos tenham tido um excelente natal, e que venha um igualmente bom ano novo!

Bernardo Staut