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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ao acordar, resolvi assistir à televisão local. O primeiro assunto, iniquidade social, mostra um homem que vive do lixo jogado no rio Tietê (famoso por sua poluição) e em seguida foca as prateleiras vazias do barraco em que vive. "Os filhos dele não vão comer hoje à noite", entoa o repórter, sentenciosamente. O próximo assunto do noticiário começa com as palavras: "O que fazer se seu filho come demais?". Basta trocar este pirralho pelas crianças da reportagem anterior, pensei com irritação.

O parágrafo anterior, roubado da revista piauí, é de uma matéria-diário de um inglês viajando pelo Brasil e mostra explicitamente o modo de se fazer jornalismo, ao menos nos padrões brasileiros (em especial da globo). O noticiário é feito de maneira oscilante, mostra-se uma notícia ruim e em seguida uma boa, que às vezes chega a ser "idiota" de tão boazinha, como aquelas de gaveta, guardadas para quando não se tem mais nada para mostrar, ou para épocas em que notícias padrão vão ao ar - sim, o natal e a temporada de verão estão nesse grupo.

Ontem aconteceu um exemplo típico. No fantástico, estereótipo do programa para a família, passaram uma matéria sobre o resgate de uma brasileira soterrada após o terremoto no Haiti. Drama e emoção, além é claro do sentimento de humanidade. Para a reportagem seguinte, um passeio pelas regiões que não foram atigidas pela catástrofe, para revelar o que há (e havia) de melhor no país, em um clima que não lembrava em nada o anterior.

Logicamente, o jornalismo não pode ser um desfile de desgraças, tem que existir espaço para o entretenimento, até porque a maior parte dos telespectadores assiste tv para desligar o cérebro (e não vejo problema algum nisso). Mas um noticiário não é, idealmente, espaço para conformismo, e sim de mudança e exposição de problemas.

Bernardo Staut

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Passando a palavra para quem deve ser ouvido...

“A decisão é um retrocesso institucional e acentua um vergonhoso atrelamento das recentes posições do STF aos interesses da elite brasileira e, neste caso em especial, ao baronato que controla os meios de comunicação do país. A sanha desregulamentadora que tem pontuado as manifestações dos ministros da mais alta corte do país consolida o cenário dos sonhos das empresas de mídia e ameaça as bases da própria democracia brasileira. Ao contrário do que querem fazer crer, a desregulamentação total das atividades de imprensa no Brasil não atende aos princípios da liberdade de expressão e de imprensa consignados na Constituição brasileira nem aos interesses da sociedade. A desregulamentação da profissão de jornalista é, na verdade, uma ameaça a esses princípios e, inequivocamente, uma ameaça a outras profissões regulamentadas que poderão passar pelo mesmo ataque, agora perpetrado contra os jornalistas.”

Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Para ler o texto completo, clique aqui.


Se você não entendeu nada, clique aqui.


Bernardo Staut

segunda-feira, 15 de junho de 2009

piauí, a revista

Em matéria de jornalismo, o Brasil sofria carência de um tipo: o jornalismo literário, ou o “new journalism” americano, que teve como expoente máximo Truman Capote. Esse tipo de imprensa diminui muito as barreiras entre literatura e jornalismo. Não basta apenas a informação, objetiva como querem atualmente, o foco é a história, o lado humano. Obviamente ele deve conviver com o outro tipo, o dito “sério”.


Mas uma publicação veio suprir essa falta: a piauí - com letra minúscula mesmo. Com matérias longas, sem muitas imagens, ela se torna quase um livro. Não espere encontrar matérias políticas, econômicas ou assuntos que estejam nas pautas da mídia. Se as encontrar não espere algo comum. Se o tema é a crise mundial, a matéria será sobre os efeitos em uma aldeia na Islândia, de modo irreverente e divertido.


Mas não pense em alienação. Digamos que o mais importante ali é a ironia, e não a opinião. Ou você acha que um histórico - com fotos - da evolução do bigode de José Sarney é despolitizada?


As propagandas também valem uma atenção. Você pode assisti-las aqui e aqui.


Bernardo Staut

domingo, 10 de maio de 2009

Kane, em seus três momentos

William Randolph Hearst foi um magnata da comunicação norte-americana no começo do séc. XX, e um dos fundadores da chamada “imprensa amarela” – aqui conhecida como marrom - sensacionalista e popular, que recebeu esse nome devido à má qualidade do papel.
Inspirado no citado personagem, Orson Welles dirigiu e atuou no filme que é considerado por muitos como o melhor da história: Cidadão Kane. Lançado em 1941, o filme revolucionou ao experimentar com flash-backs, iluminação e seqüências pouco convencionais para a época. Até hoje o filme ainda vale suas quase 2 horas.


Inspirado no citado filme, Simon Hartog produziu, em 1993, para a BBC de Londres, um documentário intitulado Muito Além do Cidadão Kane, que tem como alvo principal de críticas a rede Globo e sua influência no Brasil em diversos momentos importantes na política nacional. Com depoimentos de Brizola, Chico Buarque e outros, o vídeo teve a exibição proibida em nosso país, sendo exibido clandestinamente em universidades e eventos. Hoje, com a internet, o vídeo já tem mais de 290 000 visualizações no youtube. Até hoje o documentário, assim como o filme que lhe empresta o título, ainda vale sua hora e meia.

Para assistir o documentário Muito Além do Cidadão Kane:
http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038

Comentários e cenas do filme Cidadão Kane:
http://www.youtube.com/watch?v=IGUYOQUzrKU

Bernardo Staut

domingo, 3 de maio de 2009

EXTRA, EXTRA!! NOSSO 1º COLUNISTA!

senhoras e senhores, o 1denós2 orgulhosamente apresenta o nosso primeiro colunista: Bernardo Staut

fazendo parte da família Wylde desde o fim de sua infância, Bernardo é aluno do curso de Jornalismo da UFPR - aprovado em 1º lugar no último vestibular - e baixista, inclusive já tocamos juntos na saudosa BadNews

sem mais delongas, eis a estreia

Escolher um tema para escrever nunca é fácil, principalmente quando se pode escrever sobre tudo. Essa coluna está nessa situação. Não terá tema certo. Vai falar do que agrada e desagrada, um tanto quanto egocêntrica, é claro, como toda coluna.
Hoje falo de algo que desagrada: a (provável) suspensão da necessidade de diploma para exercer a profissão de jornalista. Adiada duas vezes pelo Supremo, o futuro de quem tem o "canudo", e da profissão, pode ficar ruim.
Foi Pulitzer - sim, o do prêmio - o pioneiro a afirmar que jornalismo não é um dom de nascença, podendo existir formação para isso. Na época, era uma profissão com salários ruins, carga horária alta e empregava em sua maioria advogados, qua a viam como bico. O resultado: falta de noção ética e de profissionalismo. Demorou muito para a profissão se organizar, formar sindicatos, definir carga horária e salários. Mas há a possibilidade de regredir. Vai depender do STF.
O argumento mais usado contra a obrigatoridade é a liberdade de expressão. Afirmam que a necessidade do diploma vai tirar a voz de muitos. Não é certo. Nada proíbe uma entrevista, ou uma coluna com especialistas de um assunto. Os artigos de não-jornalistas não serão banidos.
Os grandes vencedores, caso a suspensão seja aprovada, serão os donos de empresas, principalmente no interior, onde o poder midiático é maior e a fiscalização é menor. Lá, vai reinar a lei de quem ganha menos. E o código ético da profissão, principal tarefa de ensino e reflexão nos cursos de comunicação, também vai ganhar menos. Assim com a sociedade.

Bernardo Staut

1denós2
*a partir da próxima edição, o próprio Bernardo assinará as postagens