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segunda-feira, 1 de março de 2010

Transporte público e a vida alheia

Aqui vai um manifesto em defesa do transporte público; dos ônibus, no caso dos curitibanos carentes de metrô. Mas não faço em nome do meio ambiente, como mandaria a ética global e sustentável, e sim como modo de vida.

É andando de Inter 2 (mais conhecido por Falcão Prateado) ou de Biarticulado que você realmente entende qualquer conceito que intelectuais tentam expressar em livros. O conceito de massa está lá; o do homem comtemporâneo industrializado e "robotizado" está lá também; a divisão de classes está lá também, é claro. Soa pseudo-intelectual demais? Pode-se então relaxar escutando a fofoca dos outros (e, não sejamos hipócritas, é muito divertido). Quem traiu quem, que casal está brigando, qual será a programação do fim de semana...

Motivos para ficar ranzinza e reclamão há de sobra. Jovens que se agarram sem pudor na porta 4, pessoas que não dão licença, celulares que insistem em tocar músicas em volumes mais altos do que deveriam e pedintes de todos os tipos, dos aleijados aos representantes de igrejas evangélicas.

Minha futura carteira de motorista vai tirar do meu cotidiano esse tipo de experiência. Vou passar a andar de carro, com os vidros fechados e com a música que eu escolher. Lógico, a liberdade ganha com o automóvel é fantástica. Mas até que vou sentir saudades de ver vários sendo arrastados por uma freiada brusca, vinda de um motorista vestindo aquele tradicional uniforme cinza.

Soube de histórias de um jornalista que andava de ônibus por escolha própria, afirmando que ali ele conseguia as melhores matérias, já que era o contato direto com a "voz do povo". Conhecendo o meu também futuro diploma acredito que vou poder matar a saudade antes do que imagino.

Bernardo Staut

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