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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Franquistas vão às ruas


Por quase 40 anos Francisco Franco foi ditador da Espanha, em um regime de caráter ditatorial que claramente se inspirava no fascismo. Após vencer a Guerra Civil Espanhola, que deixou algo em torno de 1 milhão mortos, Franco e seu Movimento Nacional chegaram ao poder, com o apoio de Hitler, que mais tarde receberia pequena ajuda do General contra as tropas soviéticas, durante a Segunda Guerra.

Mas, como as opiniões são distintas, nem todo ditador é considerado um problema. Ontem, franquistas foram às ruas de Madri para lembrar o General, morto há 34 anos. Como o fascismo sempre demonstrou, o culto ao líder é um fator importante para que esse tipo de sistema se sustente. Mas, me pergunto, até que ponto o culto a alguém responsabilizado historicamente por milhões de mortes pode ser aceito?

Há aqueles que dirão que esse tipo de atitude deve ser proibida, como as proibições aos símbolos nazistas. Discordo. Temos exemplos de ditadores tanto para a direita quanto para a esquerda, e acredito que devem ser todos expostos. Acredito, inclusive, que a clandestinidade de tais movimentos, considerados "ruins", apenas glamouriza esses cultos.

Muitos judeus, após o Holocausto, falaram sobre a necessidade de esquecer essa mancha histórica. Nesse ponto estou com o sociólogo Zygmunt Bauman, que afirmava ser necessário expor essas manchas, revelar que elas ocorrem independentemente de quão modernos nos julgamos, e que apenas com uma aceitação dessa possibilidade, e do estudo das razões de tais acontecimentos, poderemos, talvez, impedir que aconteçam novamente.

Ao invés de chamar os partidários de Franco de extremistas, deveríamos ouvir os argumentos e rebatê-los. A defesa está principalmente no Revisionismo Histórico, que vê a história como uma realidade contada apenas pelos vencedores, e consequentemente distorcida. Isso retiraria um pouco do peso de casos como os fascismos. Aliás, não precisamos ir muito longe para escutar tais argumentos, já que existem muitos defensores da ditadura brasileira. Contra ou a favor, o regime atual é (supostamente) democrático, e isso inclui discutir e defender as visões, mesmo que consideradas erradas pela maioria.

Bernardo Staut

2 comentários:

Carlos H disse...

Fascismo, Ditadura, Parlamentarismo ou Democracia.
Independente do tipo de governo devemos como população participativa sempre expor as manchas, os problemas e os podres de cada época e de cada governo, para que possamos aprender um pouco com a história e não repetila.

Thunder disse...

tal post, tal coment!