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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nosso carnaval de cada ano

Não conhecia - e, sinceramente, ainda não conheço - o escritor, filósofo e sacerdote hesícasta francês, Jean-Yves Leloup. Não li nada sobre ele. Porém, soube, por meio de um conhecido meu, de um termo que esse ser inventou: "normose". De acordo com as teorias do escritor, normose seria “aquela realidade perigosa em que o hábito nocivo torna-se a norma de consenso aceita por todo mundo ou pela maioria”. Como um jornalista diria: a padronização, os modelos de consumo, normas - escritas ou não - sociais.

Pois bem. Posso, não sem me orgulhar levemente, dizer que escapei da normose. Pelo menos durante o carnaval. Aliás, existe época mais padronizada do que carnaval? É, também vêm ao caso o natal e o ano novo. Mas ponha seu abadá, compre sua Skol, siga o trio elétrico, cante as música do momento, "baixe" em todos as pessoas que se sentir atraído, fique um tanto alcoolizado, durma tarde e descanse apenas na quarta-feira, quando você estiver literalmente em cinzas.

Nos meus outros carnavais eu cheguei perto da descrição anterior. E não vejo problema nisso. Mas esse ano foi diferente, pois passei 5 dias em uma chácara, em vez da praia. É no mínimo estranho, quando todos estão em plena agitação você estar tomando banho de lago, sem nem usar o chuveiro. Mas como disse, já vivi o outro lado, e compreendo. Só acho que talvez sair um pouco da normose seja saudável, até mesmo psicologicamente, para provar que você não precisa fazer o que o corpo social faz.

Uma prova de que sair da apatia social faz bem? O nosso primeiro governador preso. Sim, o Arruda. Pode ser que seja apenas um laranja, um que "cai", para aliviar um pouco a tensão social. Mas que a sensação de mudança é ótima, ah é.

Bernardo Staut