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quarta-feira, 5 de maio de 2010

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O que as mulheres realmente querem

Disse, certa vez, o que uma mulher realmente quer. Agora direi de novo. Falo, atenção!, do que uma mulher re-al-men-te quer. É o seguinte:

Autoridade.

Ela quer que você, homem, tenha autoridade.

Isso demanda alguma sutileza da sua parte – mulheres são seres sutis. Prova? As calças sem fundilhos. Existe alguma razão para que elas usem aquelas calças sem fundilhos, uma razão oculta, muito bem dissimulada, que nós, na nossa bruta avaliação estética, não alcançamos. Por que uma mulher quereria ficar horrenda, como elas ficam dentro daquelas calças? Deve ter um motivo. Suspeito que jamais descobriremos.

De qualquer forma, a sutileza da qual você necessita é menos complexa. Basta entender que ela espera que você tenha autoridade, mas não seja autoritário. Assim como quer que você seja divertido, não palhaço; gentil, não subserviente; generoso, não perdulário; bondoso, não otário; atencioso, não obcecado; interessado, não inconveniente; elegante, não vaidoso; prudente, não covarde.

É simples.

Se você atender a esses requisitos, as mulheres agradar-se-ão de você. Mas você não poderá dispensar a autoridade. Porque a mulher é assim: pense agora na mulher mais afetada, pedante e posuda que você conhece. Provavelmente ela é também uma mulher bonita. Talvez tenha algum poder. Talvez seja até a sua chefe. Ela manda, ela com seus tailleurs, ela se diz feminista, ela exige seus direitos, ela é cheia de argumentos, certo?

Certo.

Só que, na última esquina da alma, no escaninho mais escuro e bem guarnecido de seu ser, homizia-se o seu verdadeiro desejo: o de encontrar um homem que a chame de sua cachorrinha, ou, vá lá, gatinha. Porque ela quer ronronar no calor do colo deste homem, quer se aconchegar em seu braço forte, quer que ele a proteja como se fosse seu pai, que a faça se sentir uma menina, uma princesa delicada e quebradiça, uma boneca de louça valiosa e frágil, ela quer que ele puxe os cobertores até seu queixo no inverno e a surpreenda com uma casquinha de morango no verão, ela quer que ele lhe mande flores para todo o escritório ver, ela quer ser propriedade deste homem, quer ser sua nenezinha, sua tchutchuquinha, sua biliglubuquinhazinha, é isso que ela quer!

Mas ela encontra isso? Ela encontra um homem que a possa acalentar? Ela encontra um homem que re-al-men-te tenha autoridade?

Não.

Melancolicamente, a resposta é não.

Não é fácil, para uma mulher, encontrar um homem que tenha os predicados que um homem deve ter. Isso é tão difícil como, por exemplo, um time encontrar um zagueiro que tenha essa mesmíssima qualidade:

Autoridade.

Além de ser um zagueiro que tenha técnica, mas não enfeite; que tenha estatura, mas não seja um estafermo; que fale em campo sem perturbar os colegas de defesa; que represente o time sem chamar demais a atenção sobre si mesmo; que se imponha aos adversários sem ser violento; que seja discreto sem perder a eficiência; que saiba que seu objetivo pessoal passa pelo atingimento do objetivo do grupo.

Um zagueiro assim é raro. É ouro em pó.

David Coimbra, na página 50 do Zero Hora de hoje

thunder

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