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sábado, 27 de março de 2010

MEU ÍDOLO DO MUNDO MATERIAL

Hoje, como habitualmente tento fazer todas as manhãs de sábado (e domingo), quando ambos não fogem do script, vim ler meus jornais virtuais. Passeando pela coluna da Claudia Laitano, descubro a inusitada história de um russo de personalidade rara, em vários sentidos. Simplificando, Grigory Perelman, de 44 anos, é um matemático que conseguiu desvendar a Conjectura de Poincaré, formulada por um outro matemático francês, o Poincaré, há mais de um século atrás, e cuja resolução nunca havia sido desvendada, até 2003, quando Perelman conseguiu a façanha. Pois bem, tamanha genialidade de Perelman lhe rendeu um prêmio do Instituto Clay de Matemática no valor de US$ 1 milhão. Este prêmio, cuja simples menção faz 99% da população tilintar de emoção foi recusado pelo Grigory. Sim, ele recusou a bolada, respondendo simplesmente que "tem tudo de que precisa pra viver", o que segundo uma vizinha, materialmente seria uma mesa, um banquinho e uma cama em seu pequeno apartamento em São Petersburgo.
Eu, mais do que achar surreal, achei fantástica a atitude do Perelman, na teoria. Fantástica porque extremamente rara. Fantástica por transbordar de simplicidade. Fantástica porque totalmente incorrompível.
Na teoria, e tão somente na teoria, porque ao passar uma pequeníssima unidade de medida da teoria e cair na prática, toda essa visão sublime cai por terra e sentimentos já arraigados de um mundo capitalista/materialista se adonam de minha pessoa e o que resta apenas é uma grande e monstruosa inveja do Perelman. Eu queria agir como Perelman, porém eu jamais conseguiria agir como Perelman.
E nem é exclusivamente por gana de ter US$ 1 milhão na conta. É por não ter a coragem da recusa. Pra mim de estranho Grigory não tem nada. Estranhos somos nós, as ovelinhas.

Rafa

sexta-feira, 26 de março de 2010

PORTO ALEGRE - 238 ANOS

PARABÉNS CAPITAL DO POVO GAÚCHO!

Nas ruas de Porto Alegre

Porto Alegre, tuas ruas tem infinitas histórias
E em todas suas rotas, vejo o poeta e a poesia
O escrito e o escrevente, descrito nesta memória
Como o revoar das pombas, das torres da reitoria...
~
Quem me dera, seu eu fosse um filho de Veríssimo
Ou um neto de Quintana, bem que eu poderia ser
Para dar-te Porto Alegre, um verso muito ilustríssimo
E neles ilustrados as suas ruas, em seu lindo amanhecer...
~
Eu bem que poderia ser mais um ipê da Redenção
E num domingo de Bric, desfolhar-me na Bonifácio
Anunciando o outono, no final de mais um verão
Enfeitando de flores, as linhas deste meu prefácio...
~
E de lá iria com o vento, ou quem sabe ele eu seria
E assim eu correria pelo Guaíba, do Gasômetro à Ipanema
E assim atravessaria os morros dá Glória até a Serraria
E em Porto Alegre eu me esparramaria, como um simples poema...
~
E minhas palavras chegariam até Moinhos de Vento
E passeariam pela Goethe até findar-se na Mariante
E esboçariam em palavras, este meu grande sentimento
Depositadas em rimas, como uma flor lapidada em diamante...
~
Porto Alegre, quem me dera sê suas ruas falassem
E no adentrar da noite, suas histórias pudesse me contar
Falaria-me dos passos na madrugada, como se cantassem
As Pegadas de Bebeto Alves, nas ondas sonoras soltas no ar...
~
Há em mim um pouco do Menino Deus, andando pela Getúlio
A também um pouco do Punk, desfilando pela Osvaldo
Há todo aquele frio do vento na Andradas nas manhas de julho
E o caminho da Farrapos, do centro até São Geraldo...
~
Porto Alegre, lá me vou pela Borges seguindo a o Beira-Rio
Ou quem sabe pela Azenha, até o Olímpico Monumental
O vermelho e o azul, equilibrando-se ao teu meio-fio
Em nestas suas sendas, a história de um outro Gre-Nal...
~
Nas tuas esquinas, meninos vendem o Correio e a Zero Hora
Trazem as notícias do que foi ontem, mas não prevêem o futuro
Ah, Porto Alegre, os meus passos eu firmo em ti agora
E observo na Mauá, o detalhe de um artista pintado no muro...
~
Ah, Porto Alegre, em tuas ruas um povo que luta e protesta
Os caras pintadas, colonos sem terra, professores e suas sinetas
Também há comemoração, tri-legal tuas ruas sempre abertas
Magia simples, casas antigas, venezianas nas venetas...
~
Porto Alegre, quem me dera morrer, e assim virar poeira
Esparramando-me pelas solas dos sapatos, nas noites sem lua
Assim estaria nos seus caminhos planos, até em suas ladeiras
E me eternizaria feliz, nos ladrilhos de suas ruas...

Marco Ramos

thunder

quinta-feira, 25 de março de 2010

HOMENAGEM

hoje foi oficialmente lançado um selo em homenagem à médica e sanitarista Zilda Arns, que morreu em Janeiro, vítima do terremoto que atingiu o Haiti, onde ela estava em missão de paz

o selo faz parte da coleção "2001-2010 - Década da Cultura da Paz" dos Correios e foi criado pela artista Thereza Regina Barja Fidalgo

thunder

quarta-feira, 24 de março de 2010

COLUNISTAS QUE RECOMENDAMOS

Os solitários

Ouvi, agora há pouco, que a depressão saiu do tabu para entrar na epidemia. O mundo está doente de depressão.

É verdade, nunca, como hoje, houve tanta gente falsamente depressiva, isso sim. Dão-se por depressivas; são, na verdade, infelizes.

Acontece que a vida de hoje é uma vida enfermiça, que leva as pessoas, com ou sem dinheiro, aos labirintos do desespero. Quem já foi muito pobre e hoje é um pouquinho menos pobre sabe que o dinheiro não lhe alterou o principal, a angústia vital...

Não vou discutir aqui, não tenho tempo para isso, os dois tipos clássicos de depressão: a externa, chamada de exógena ou social, e a interna, chamada de biológica ou endógena.

As duas, tenham o motivo deflagrador que tiver, as duas precisam de uma razão de ordem emocional para se manifestar no comportamento. É questão fechada. A depressão diagnosticada como biológica, resultante de um desajuste, ou de um “curto-circuito” neuro-hormonal, ainda assim, um dia, precisou de motivos emocionais para aparecer.

Como vivemos hoje? Isolados. Cercados de gente e não de amigos. As famílias sumiram, é pai para um lado, mãe para outro, desapareceram as tias, os avós, os múltiplos primos, os apoios familiares, os almoços ruidosos de fim de semana, tudo sumiu. Vizinhos não os conhecemos. O sujeito da porta ali da frente me parece chato, aborrecido, e assim eu para ele... Não nos conhecemos. E queres saber? Nem estamos interessados.

As grandes cidades viraram o inferno dos automóveis, pobres e ricos são iguais nas misérias do trânsito. Os bens materiais, que outrora conferiam insígnias de diferenciadores sociais, hoje unem a todos, ricos e pobres gozam dos mesmos confortos. E daí? Melhorou a vida emocional dos pobres? Nada.

Violência, desemprego, instabilidades financeiras geradas pelo consumismo, falta de rede de apoio social, vivemos em ilhas de isolamento, infelizes.

Amigos de infância? Se alguém ainda os tem, seus filhos não os terão mais tarde. Sumiram as infâncias coletivas, de bairro, vive-se hoje em gaiolas de desesperos: os condomínios, onde é impossível ser feliz...

Estão crescendo as loucuras, os vícios pesados, e aumentam os suicídios. Saída? As pessoas sabem bem das saídas, mas não lhes interessa aderir a uma vida de simplicidades, de desapegos... Afinal, o que vão pensar os outros? Podem pensar que somos infelizes, pobres. Melhor é que pensem que somos felizes e ricos. Ainda que sejamos da pior de todas as pobrezas, a da cabeça, e infelizes.

Por Luiz Carlos Prates, Diário Catarinense de hoje.

Rafa

terça-feira, 23 de março de 2010

LARANJA IRRITANTE SE IRRITANDO



thunder

segunda-feira, 22 de março de 2010

A necessidade do outro

"O BBB vive do paradoxo, por isso pira tanto as torcidas. É uma bobagem? É. É profundo pra caramba? É. Vai lidar com um paradoxo desses". A frase é do porta-voz do programa, Pedro Bial, ou apenas Bial para praticamente todo o Brasil. E acho que diz muita coisa, não apenas sobre o programa, mas sobre qualquer tipo de entretenimento jornalístico, principalmente os que envolvem celebridades ou aspirantes à fama.

Porquê essa necessidade de viver os outros? Porquê a necessidade de revistas como a Caras, Quem, Contigo...? Não quero desmerecer esse tipo de publicação, como muitos fazem. Acredito que nesse caso, a crítica não deve ser dirigida ao meio, mas ao fim, ou seja: ao consumidor. Elas existem pois há quem compre, e não são poucos.

Acho que a frase do Pedro diz muito, pois, para mim, fala uma verdade. Acredito que se faz uma projeção de nossos problemas, frustações, ansiedades, desejos, nos outros (geralmente os famosos). Desde um Obama, consagrado como salvador durante as eleições até uma Paris Hilton, uma socialite que supostamente não tem muito o que dizer. Essa projeção é fútil? É. Mas é profunda? É.

Nunca satisfeitos com o que somos, sempre temos aspirações de coisas externas, quase nunca palpáveis, como é o caso das celebridades. Desviar os olhos do exterior para o interior; talvez assim deixemos de ter esse paradoxo.

Bernardo Staut

domingo, 21 de março de 2010

AYRTON SENNA - 50 ANOS

se estivesse vivo, o fantástico Ayrton Senna estaria completando hoje 50 anos


mais que um piloto, um exemplo!

thunder