Após vencer Chicago, Madri e Tóquio, o Brasil vai sediar as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Como sentimento nacional é óbvia a alegria. Isso sem mencionar a Copa do Mundo de 2014. Uma chance para um país do tal terceiro-mundo não é comum, e o nacionalismo e a festa são compreensíveis. Além da chance de assistir aos jogos - veremos os preços dos ingressos, é claro.
Mas depois dessa turbulência alegre, vêm a pergunta: e os problemas?
E os estimados 30 bilhões necessários para as obras? Já temos o Pan-Americano como experiência de lucro fácil, afinal as obras terminaram 1000% mais caras do que nas licitações. O velho jogo das empresas privadas que fazem um projeto por um preço e terminam com outro, completamente diferente.
Lula afirmou que a Olímpiada será a prova do desenvolvimento do país. Mas me pergunto se a verba necessária para tal visão não seria melhor para nós, brasileiros, se fosse aplicada em infra-estrutura real, qualidade de vida e desenvolvimento. Não em estádios e centros de treinamento que poderão ficar abandonados e super-faturados. Então quem sabe em vez de mostrar um Brasil em desenvolvimento pudessemos mostrar um país desenvolvido, em 2030, 2040 ou na década que fosse.
Bernardo Staut