excelente curta de animação 3D
Beeple
Chongas
thunder
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Uma vez uma carroça me atropelou, já contei. Faz décadas isso. Mas foi a causa de agora, poucos dias atrás, ter ficado chateado com os deputados do Rio Grande. Pelo seguinte:
Justamente no fulgor deste 2009 aconteceu de certo deputado estadual ter sido acometido por uma ideia para um projeto de lei. A partir daquele instante de luz, pôs-se a funcionar a gigantesca, pesada e complexa máquina do Estado. Estivéssemos atentos, nós, vulgares contribuintes, reles eleitores, também denominados genericamente de “povo”, poderíamos ouvir o clangor das engrenagens se movimentando.
Imagine os sons da faina dos funcionários públicos: as sábias frases do deputado e de seus assessores a discutir, no recôndito do gabinete acarpetado, qual seria a melhor forma de apresentar a proposta. Em seguida, nossos ouvidos seriam lambidos pelo tectec produzido por dedos ágeis desses mesmos funcionários a ferir os teclados de plástico dos computadores, redigindo o texto do projeto de lei. Depois, poderíamos ver a azáfama das dezenas de secretários da Assembleia percorrendo os corredores da Casa do Povo com o projeto em mãos, apresentando-o às comissões temáticas. Aí teríamos a satisfação de testemunhar o burburinho que se deu nessas comissões ante o projeto: legisladores sisudos debruçados sobre o texto, debatendo se ele deveria ser enviado ou não para a Comissão de Constituição e Justiça. Enviado, como foi, o zunzum daquela colmeia de trabalho que é a Assembleia partiu dos próceres da CCJ, que, do alto do seu saber jurídico, analisaram a ideia do parlamentar, e a aprovaram com louvor, submetendo-a, enfim, à votação em plenário.
O plenário é importante. É como se fosse o palco do Legislativo. No plenário, a atividade da máquina do Estado explode em ação pública e notória. Houve discursos na tribuna, quiçá apartes acalorados, houve votação, as taquígrafas a tudo anotaram, pressurosas, e o canal de TV da Assembleia transmitiu a função ao vivo para o Estado inteiro.
O projeto foi aprovado!
Mas os motores do Estado ainda não foram desligados. Seguiram a pleno, fazendo o projeto atravessar a Praça da Matriz, decerto levado por algum apressado funcionário em cargo de comissão muito bem ilustrado acerca do assunto, e em seguida o texto coruscante aterrissou na mesa da governadora Yeda.
Não estávamos prestando atenção. Pena. Estivéssemos, perceberíamos a concentração da governadora ao ter o projeto em mãos. Seus olhos castanhos correndo céleres pelas linhas impressas do papel, seu cenho franzido de gravidade e, a seguir, o aceno de aprovação que provavelmente fez com a cabeça, antes de apor sua assinatura sancionando a lei. Terminou? A dispendiosa máquina do Estado parou de funcionar? A resposta é não! O projeto agora foi repassado para os funcionários do Diário Oficial, que o digitaram, diagramaram e mandaram imprimir. As poderosas rotativas da gráfica estatal entraram em ação, a tinta beijou as lâminas de papel, o projeto do deputado passou para a imortalidade: está instituído o Dia dos Gaúchos Vitimados por Acidentes Aéreos!
São incontáveis as datas festivas aprovadas pela Assembleia, como a Semana do Peixe de Açude, e foi exatamente por isso que me aborreci. Assim como, suponho, outros peixes gaúchos, como os de lagos, largos, lagoas e até mesmo os marítimos, assim como todos esses peixes devem ter ficado irritados com a preferência dos deputados pelos peixes de açude, também eu me magoei. Tenho todo o respeito por quem já sofreu um acidente aéreo e, mais ainda, por seus amigos e familiares que têm de enfrentar a eventual perda. Mas a lei criada pela Assembleia me deixou órfão. E o Dia dos Atropelados por Carroças? Ninguém se importa conosco? Francamente! Tenho que achar um deputado simpático à nossa causa, à dos Atropelados por Carroças. Quero ouvir o doce som do dinheiro do contribuinte sendo queimado a nosso favor.
Eu também quero compaixão. Já fui atropelada por uma bicicleta, poxa. Faz tempo, era criança, mas fiquei extremamente magoada à época. Ninguém dá bola pra isso também?
Rafa
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cobrindo folga do Bernardo devido às correrias da faculdade, hoje o irmão dele, meu grandissíssimo amigo Diego Mafra Salles, estreia no 1denós2
Édipo e a Esfinge - Gustave Moreau, 1864
A Lenda de Édipo e o Esfíncter
Como primeira tentativa de me lançar no mundo editorial, vamos conversar um pouco sobre algo que todos temos em comum: o esfíncter. Belo assunto para começar uma carreira, um papo no bar, um colóquio no escritório ou uma altercação no futeba de domingo.
Por supuesto, os digníssimos que se deparam com o presente texto, sabem o que é o esfíncter. Para os desavisados, nada mais é do que o músculo responsável por controlar o grau de amplitude de um determinado orifício. O mais famoso no corpo humano é aquele mesmo, que você deve ter dado uma coçadinha ao acordar, o mesmo que o médico delicadamente coloca o dedo pra examinar a macharada, o mesmo que parece às vezes ser a toca da cueca: o C*.
Pois é, num dia desse qualquer, estava eu em uma aula de mitologia grega na faculdade, e me deparei com uma incrível revelação: o nome científico no C*, esfíncter, deriva do grego Sphínx, que significa Esfinge, que por sua vez deriva de Sphingo, que significa estrangular. E a Esfinge mais famosa da cultura ocidental é aquela que propõe enigmas e estrangula pessoas numa das mais conhecidas e taciturnas tragédias gregas: Édipo-Rei, de Sófocles(
Pois bem, em resumo, Édipo é um cara que nasce de um pai (Laio, Rei de Tebas) que havia sido amaldiçoado por um outro Rei (Pélope), quando Laio teve um caso homossexual com o filho deste tal Pélope. Pois é, os gregos sempre curtiram uma diversidade cultural.
Laio volta para Tebas, e une-se em matrimônio com Jocasta. O casal tem um filho, Édipo, que já nasce amaldiçoado.
Assim sendo seu pai, Laio, decide que a maldição acabará consigo mesmo, e que todos os descendentes que tiver, terão de ser mortos. Dessa forma, pede para que um dos seus servos leve Édipo, recém-nascido, para bem longe, e o mate.
O tal servo leva o bebê para a floresta, e, sem coragem para cumprir a ordem real, amarra Édipo em uma árvore e retorna a Tebas. A criança é achada por um pastor, que o leva para o reino de Corinto. Lá chegando, para a sorte do nosso protagonista, este é adotado pelo casal real de Corinto, o qual não pode ter filhos. Édipo é então criado como príncipe de Corinto, e leva uma vida tranqüila, até que, já com seus vinte e poucos, sai na mão com um velho numa taverna, e este lhe chama de bastardo.
Édipo fica encucadão, boladão da cabeça, e pergunta a seus pais se é mesmo filho do casal real de Corinto. Seus pais mentem e dizem que sim, que não se preocupe. Mas a pulga ainda estava atrás da orelha. Então Édipo vai fazer o tira-teima da globo, fazendo a mesma pergunta para o Oráculo de Delfos, que é como o Arnaldo César Coelho, sabe tudo, afinal, a regra é clara.
O sacana do Oráculo, que sempre responde sob a forma e enigmas, tipo o mestre dos magos, responde ao Édipo: Tu vais matar teu pai e esposar tua mãe! Édipo fica aterrorizado, e, tentando evitar que isso aconteça, foge de Corinto e toma o caminho oposto: Tebas.
No caminho para Tebas, Édipo é atacado por uma comitiva real, confundido com um vagabundo qualquer. Édipo reage, e acaba por matar um dos cocheiros e o passageiro da carruagem. Só não sabia que já havia cumprido metade de sua maldição: quem ocupava a carruagem era seu pai verdadeiro, Laio, que estava em viagem para outro reino em busca de ajuda, pois a Esfinge estava matando a todos.
A Esfinge é um animal mitológico, fantástico, com corpo de leão, busto e cabeça de mulher, e asas de águia. Pois bem, esse bichano cavernoso propunha o mais famoso enigma da história, o Enigma da Esfinge, que é o seguinte: “qual animal que de manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e ao entardecer tem três?”. E até esse ponto da estória ninguém havia decifrado o enigma, tendo a esfinge estrangulado já metade da população de Tebas.
Eis que o sabidão do Édipo, quando chega em Tebas, é abordado pela esfinge, que propõe o enigma. Nosso companheiro mal-afortunado responde na lata, sem vacilação: o homem! Então a esfinge se mata, não vendo mais razão para a sua existência.
Postado por 1 de nós 2 às 18:09 2 comentários
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