Se há um assunto que vai ser o mais falado (se já não é) daqui pra frente, são as questões ambientais. E agora temos mais duas calamidades para acrescentar: as enchentes e chuvas no Brasil e o terremoto de escala 7 no Haiti.
Em São Paulo já ocorreram 42 mortes confirmadas, e mais de 20 mil estão desabrigados. No Haiti são calculados mais de 100 mil, fora todo o resto que ficou desabrigado, sem infra-estrutura alguma. Já chegam relatos de muita violência, causada por uma "guerra civil" por comida.
Paralelamente às mortes humanas, estudos que estão sendo feitos no Oceano Pacífico deram origem a um termo no mínimo ruim: Grande Mancha de Lixo do Pacífico. Isso devido a quantidade de lixo acumulado na zona de calmaria do oceano, local em que há pouca corrente e ventos, e que, no caso dos dejetos, já está do tamanho do estado do Amazonas. Em sua grande maioria, essa mancha é formada por micro pedaços de plástico, que podem ser engolidos por peixes, aves, e até por fitoplâncton, o ser vivo base da cadeia alimentar marítima. A novidade: o plástico, uma das maiores revoluções nas criações industriais, está passando de degrau em degrau na cadeia alimentar, e pode já estar chegando nos nosso estômagos, o que não deve ser muito saudável.
Outros estudos dizem respeito ao Ártico e o aceleramento do seu derretimento. O grande problema, fora a velocidade não esperada, é o que está por baixo do gelo: um solo formado por material orgânico, que sem a proteção de gelo derrete e libera CO2. Além disso, matéria orgânica é sinal verde para bactérias, que a transforma em metano, gás 20 vezes mais forte que o CO2.
Obviamente a culpa maior é da burocracia internacional, como foi acompanhado no encontro de Copenhagen, que chegou a fantástica conclusão alguma. Mas, cada um tem a sua parcela de culpa, derivada dos hábitos sociais e pessoais. O que fazer para mudar não é novidade para ninguém, basta uma pesquisada rápida pela imprensa. Se a política não consegue se adaptar à velocidade que precisamos, está na hora de usar da frase de Gandhi: "temos de nos tornar na mudança que queremos ver".
Bernardo Staut