Dá pra entender porque a vida na estrada dos músicos atrai tanto, como se fosse uma vida mais estimulante. Qualquer um que já teve oportunidade de fazer algo que lembre isso, nem que seja levemente próximo, sabe como é fantástico. Eu e mais 4 companheiros tivemos.
Setecentos e alguns km de estrada se passaram até o show do Metallica, em Porto Alegre, o objetivo maior da viagem. Com certeza o melhor da minha vida, e acredito que também dos outros do grupo. Apesar de todos os incomodos típicos de um show como esse, o prêmio final vale. Os caras sabem como divertir a multidão, e têm o dinheiro necessário para fazer um espetáculo, com fogos, telões e equipamento de alta qualidade.
Pouco sono depois, já estavamos conhecendo um pouco da capital gaúcha, na companhia de um casal de amigos do Thunder que se mostraram muito, muito receptivos. Até porque deixar 5 perdidos, sendo apenas 2 conhecidos, dormir por 2 dias em sua casa exige muita camaradagem. Acordamos ainda com a pizza e a cerveja pesando no estômago, mas seguimos para Erechim, interior do Rio Grande. Mais umas 4 horas de asfalto estavam pela frente.
Erechim é um capítulo a parte. Ou melhor: as mulheres da cidade são um capítulo a parte. Comprovei que a história das mais lindas do Brasil estarem no extremo sul é verdadeira, ainda que Santa Catarina também esteja bem representada. Muito bem alimentados na cidade, graças a grande mãe do Thunder, dona Lia, pudemos ter uma noite bebendo em um bar de amigos, que acabou passando um pouco do ponto, devido ao excesso etílico, mas nenhum problema, apenas risadas.
Ao contrário dos artistas, que passam anos na estrada, a nossa viagem durou 4 dias. Mas foi o suficiente para ser bem lembrada e deixar a vontade de ir até São Paulo, assisitir novamente o Metallica, e prolongar essa experiência. Mas não sei se não seria demais; as vezes o interessante de um momento é o seu período curto de duração.
Bernardo Staut