Só quem já sentou nesse outro lado sabe como é díficil a vida de alguém que escreve. Pego como exemplo o colunista, com o seu dia fixo para publicar o texto. Anda pelas ruas vendo milhares de assuntos, conhece personalidades que dariam um romance inteiro, situações que renderiam longas análises...mas não é assim tão fácil.
Há sempre a dúvida do que é realmente interessante. O colunista traz um caráter muito pessoal, escolhendo algo que ache válido para expor aos leitores. Mas algumas vezes é possível sentir o peso de ficar dando opiniões e comentando situações, como se 1500 caracteres fossem suficientes para explicar algo.
E não é apenas esse fardo. Carregamos também o velho "macaco" dos artistas: a criatividade. Quem trabalha com escrita, arte e música sabe como é complicado sair da roda da normalidade.
Ontem, durante uma aula de música passei por essa situação. "Vamos improvisar agora", disse o professor. Só três palavras e o corpo já tensiona, a respiração muda, e a imaginação fica tentando criar algo, que, ironicamente, só vai surgir se o corpo estiver no outro oposto, relaxado e focado.
Passo por isso agora, mas em menor escala. O que escrever para o blog? Hoje a própria falta de criatividade me indicou o assunto. Semana que vem tento fugir da roda novamente.
Bernardo Staut