Historicamente, a mídia se constituiu como formadora de opinião, fato que se consolidou ainda mais com a chegada dos equipamentos modernos, permitindo, por exemplo, a televisão chegar a quase toda a população de um país com o tamanho do Brasil. Entretanto, apesar do seu potencial modificador, ela também acabou, em sua maior parte, se constituindo como mantenedora de padrões socias, ou conservadora, caso prefira.
Um dos fatos que mais me aborrece na imprensa, é a tradição de se enxergar um fato isolado - o micro -, ao invés de analisar o todo - o macro. Para mim, dois eventos recentes exemplificam bem isso: o assassinato do cartunista Glauco (que eu já comentei aqui) e o antigo, mas novamente abordado, caso Nardoni, da menina Isabela.
Os meios de comunicação conseguiram gerar uma visualização maciça do caso, que mesmo antes de terminar, ja tinha seu veredito: o casal era culpado. Digo isso porque a cobertura passava essa sensação, e a população demonstrava isso nos momentos em que os pais da menina saíam às ruas. Mas há uma explicação: notícias desse gênero dão boa vendagem.
Explicação fraca, ao meu ver, mas seguida por muitos jornalistas. Cobertura policial está sempre entre as notícias mais vistas. Daí surgiu a velha história de que os media oferecem o que os consumidores querem. Não sei se consigo concordar. Há a réplica de que as pessoas só consomem isso pois são acostumadas, historicamente, a comprar esse tipo de informação.
Quando falei sobre a necessidade de expor o macro, quis dizer que o papel da mídia não deveria ser, por exemplo, cobrir o assassinato tão assiduamente, mas sim comentar o porque de atos como esse acontecerem, que motivos levaram a familia a se desestruturar. Assim o jornalismo volta a ter uma função social, prestar um serviço de utilidade pública, e não simplesmente mostrar casos isolados que satisfaçam a necessidade das pessoas de se "entreter" com isso.
Um dos fatos que mais me aborrece na imprensa, é a tradição de se enxergar um fato isolado - o micro -, ao invés de analisar o todo - o macro. Para mim, dois eventos recentes exemplificam bem isso: o assassinato do cartunista Glauco (que eu já comentei aqui) e o antigo, mas novamente abordado, caso Nardoni, da menina Isabela.
Os meios de comunicação conseguiram gerar uma visualização maciça do caso, que mesmo antes de terminar, ja tinha seu veredito: o casal era culpado. Digo isso porque a cobertura passava essa sensação, e a população demonstrava isso nos momentos em que os pais da menina saíam às ruas. Mas há uma explicação: notícias desse gênero dão boa vendagem.
Explicação fraca, ao meu ver, mas seguida por muitos jornalistas. Cobertura policial está sempre entre as notícias mais vistas. Daí surgiu a velha história de que os media oferecem o que os consumidores querem. Não sei se consigo concordar. Há a réplica de que as pessoas só consomem isso pois são acostumadas, historicamente, a comprar esse tipo de informação.
Quando falei sobre a necessidade de expor o macro, quis dizer que o papel da mídia não deveria ser, por exemplo, cobrir o assassinato tão assiduamente, mas sim comentar o porque de atos como esse acontecerem, que motivos levaram a familia a se desestruturar. Assim o jornalismo volta a ter uma função social, prestar um serviço de utilidade pública, e não simplesmente mostrar casos isolados que satisfaçam a necessidade das pessoas de se "entreter" com isso.
Bernardo Staut
Um comentário:
É, pensando dessa forma, pode-se inferir, guardadas as devidas proporções, que o jornalismo atual utiliza o raciocínio indutivo às avessas, ou inconsequentemente. Esse raciocínio pode e deve ser utilizado quando não há a possibilidade de se afirmar um fato para o todo, fazendo-se necessário tirar uma conclusão para uma amostra e definí-la para esse todo. No caso aqui, atrevo-me a dizer que o raciocínio indutivo é utilizado indevidamente e de uma forma preguiçosa, visto que o papel do jornalismo seria o de primordialmente analisar o todo para então inferir uma opinião sólida.
Rafa
Postar um comentário