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domingo, 26 de abril de 2009

AH, PRATES!

À revolução!

Depois elas se queixam. Não se respeitam, raspam o nome da mãe do nome de batismo ao casar, adotam o nome do marido e o mantém mesmo depois de terminado o casamento. Aceitam humilhações e depois empinam o nariz, é isso? É, é a regra, regra geral, comportadas escassas exceções. Escassas, eu disse.

As mulheres estão, hoje, na senzala, muito mais do que jamais estiveram no passado. Muitas, conheço casos constrangedores, apanham dos bermudões, dos vagabundos covardes e ficam com eles por comodismo. Isso não é mulher, nem vou dizer o que penso que sejam.

E antes que alguma mulher "pobre" me venha dizer que precisa do marido, do apoio financeiro dele, do "lar" que seja como for, é o lar da família, e blablablá sem fundamento, digo que não. Nenhuma mulher jamais precisou de homem para viver, para ser bem-sucedida, para ser o que quiser. Tem cabimento, por exemplo, uma nulidade vir dizer de público:

— Não tem mulher que não goste de uns tapinhas...

Quem disse essa estupidez, acredito que falando por ela, foi aquela pobre diabo do BBB, a tal de Priscila. Que mulher gosta de levar "tapinhas"? Só as miseráveis existenciais, as que vivendo sentimentos de culpa precisam que alguém as surre para, inconscientemente, verem-se livres das "culpas..."

Sentimentos de culpa de que são pródigas as religiões ao tratar das mulheres. Aliás, não há nada mais nocivo à mulher que as religiões, nada. As religiões tratam as mulheres como tapetes da condição humana, subservientes, pedaços de costela, segunda voz dentro de casa, causa do pecado e todas as demais estupidezes históricas que os indigestos livros religiosos contam.

Ah, estou azedo? Pegue qualquer livro histórico ou religioso e veja como foram e são tratadas as mulheres, ontem e hoje. E do jeito que a coisa vai, também amanhã... As mulheres, as conscientes, as poucas, precisam iniciar a luta pela grande revolução, a revolução da dignidade da mulher, uma revolução que começa dentro de casa, com meninos e meninas sendo tratados e educados por igual.

Por igual, eu disse, sem tirar nem pôr. Um horror uma leviana vir dizer que mulher gosta de levar tapas, um horror. O bermudão estúpido, grosso, frustrado, ouve isso e se justifica. E isso sem falar que a Lei Maria da Penha resultou das humilhações por que passaram muitas mulheres ao correr para delegacias e pedir socorro pelas violências domésticas. Policiais imbecis perguntavam a elas:

— O que tu fizeste para que teu marido te surrasse?

À revolução, leitora.

Por Luiz Carlos Prates, Diário Catarinense, 25 de abril de 2009

Rafa

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