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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O que fizemos com a conquista?

Apesar de fracassado, o movimento das Diretas Já conseguiu algo que há tempos não vemos em nosso país: mobilização popular. Aliás, fracassado entre aspas, já que os comícios que chegavam a reunir mais de um milhão de pessoas (como os da praça da Sé, em São Paulo) serviram, e muito, para mostrar aos militares que a ditadura já estava mostrando cansaço, e abriram caminho para, depois de Tancredo, começar novamente a tal da Democracia no país.

Em 25 de abril de 84, eram necessários 320 votos de parlamentares para uma alteração na Constituição, número que deixou de ser atingido em grande parte devido ao poder que o partido do governo tinha no plenário. Com militares cercando o Congresso, vários deputados simplesmente se abstiveram de votar, e não compareceram, devido à pressão exercida.

Gostaria de ter presenciado aquela época. A meu ver, era mais fácil, pois sabíamos quem era o “inimigo”. Hoje é tudo muito plural e complicado. As formas de dominação se tornaram mais sutis, e os movimentos sociais se tornaram basicamente inexpressivos ou criminalizados. Além, é claro, da corrupção que domina a classe política.


Bernardo Staut


"Edificar a parte estrutural da casa é fácil. O acabamento exige paciência, tempo e muitos recursos. Conquistar o poder de votar para todos os cargos públicos foi a parte simples da engenharia política. A fase difícil está em curso e os políticos são como os pedreiros nos quais se deposita confiança e se espera que façam com esmero as suas atribuições na obra. Até o ponto onde estamos a parte de acabamento está inferior à estrutural. O Brasil merece bem mais do que se tem feito por ele." Friedmann Wendpap, juiz federal e professor da UTP.

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