Como mostra a história, toda grande civilização tem sua subida ao auge, momento no qual os seus cidadãos estão procupados com o bem social, coletivo. Trabalham, respeitam-se, procriam: mantém essa ascenção. Mas, quando essa preocupação passa para o individual, começa o início do declínio dessa comunidade, como o exemplo histórico dos romanos.
Não, apesar do início e do título, esse não é um texto de análise social. É um resumo do diálogo inicial do filme "O Declínio do Império Americano", do franco-canadense Denys Arcand, primeiro de uma trilogia que se completa com "As Invasões Bárbaras" - vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro - de 2003, e "A Era da Inocência' de 2007.
O enredo do filme é basicamente formado por dois grupos: quatro homens e quatro mulheres. Enquanto os homens estão em uma casa de campo cozinhado, as mulheres estão na academia, para depois almoçarem junto aos primeiros. Centrado exclusivamente no diálogo, o filme passa boa parte de seus 101 minutos tentado comprovar que estamos passando por esse declínio, não que necessariamente o objetivo seja cumprido.
Os diálogos versam pricipalmente sobre sexo, relacionamentos e traição, sendo este último a tecla mais batida no filme. Há também um certo desânimo com relação a sociedade. Mas todos esses diálogos não se tornam maçantes: o filme tem uma sequência agrádavel, algo como os de Woody Allen. E apesar de citações de Sartre e Wittgenstein, Arcand consegue suavizar a trama, passando reflexões que podem ser densas de modo leve.
Bernardo Staut
2 comentários:
Só você mesmo...
Interessante - Trilogia do franco canadense - Denys Arcand.
Filmes centrados em diálogos e "problemas de época" que sempre podem ser considerados atuais.
excelente filme.
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