Sexta de tardezinha tocou o telefone na loja do meu pai. Era uma mulher dizendo que havia um cachorro caído em um poço embaixo de uma casa há dois dias no mínimo. Eu, como fã de cães que sou, senti o coração disparar. Corremos eu, meu pai e minha mãe até a casa, onde não mora ninguém, e pedimos pro vizinho onde era o poço. Ele simplesmente disse que não tinha como ter acesso ao poço e que, portanto, não conseguiríamos salvar o cachorro, que uivava no momento. Meu pai entrou debaixo da casa engatinhando e obviamente, devido à escuridão, não conseguiu ver o cachorro. Saí correndo atrás de alguém que tivesse uma lanterna e uma corda, consegui, voltei lá e entrei debaixo da casa e fui até o poço. Consegui iluminar o fundo enquanto meu pai tentava laçar o cachorro. Depois de várias tentativas, conseguimos e o cão saiu são e salvo, louco de sede e fome, claro.
Fiquei tãão feliz. E mais feliz porque alguém ligou pra gente, porque se fosse pelos vizinhos o cão ia morrer lá. Queria tirar uma foto do Bilú, o cachorro, pra colocar aqui, mas não consegui.
Hoje tava todo faceiro aqui perto de casa. E eu também.
Rafaela
Apesar de eu achar que hoje e amanhã são apenas um dia após o outro, o que não deixa de ser, e já deixando claro que não sou uma chata e desmancha-prazeres inveterada por dizer isso, é fato que essa noite é uma noite diferente, seja pelo convívio familiar e com os amigos, seja pelas emoções naturais que a data proporciona, apesar de essas emoções serem menos intensas do que eram na infância.
